A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é uma das expressões mais difundidas na Igreja
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Entrego-me e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo
minha pessoa e vida, minhas ações, dores e sofrimentos, para que eu
utilize meu corpo somente para honrar, amar e glorificar o Sagrado
Coração.
Esse é meu propósito definitivo e único: ser todo de Deus e fazer
tudo por amor a Ele; ao mesmo tempo, renunciar, com todo meu coração,
qualquer coisa que não lhe compraz; além de tomar-te, Ó Sagrado Coração,
para que sejas ele o único objeto de meu amor, o guardião de minha
vida, meu seguro de salvação, o remédio para minhas fraquezas e
inconstâncias, a solução aos erros de minha vida e meu refúgio seguro à
hora da morte.
Seja, ó Coração de Bondade, meu intercessor ante Deus Pai e livra-me
de Sua sabia ira. Ó Coração de Amor, ponho toda minha confiança em ti,
temo minhas fraquezas e falhas, mas tenho esperança em tua divindade e
bondade.
Tira de mim tudo o que está mal e tudo o que não faça Tua santa
vontade. Permite a Teu amor puro a que se imprima no mais profundo de
meu coração, para que eu não me esqueça nem me separe de ti.
Que eu obtenha de tua amada bondade a graça de Ter meu nome escrito
em Teu coração, para depositar em Ti toda minha felicidade e glória,
viver e morrer em Tua bondade. Amém.
Santa Margarida Maria Alacoque
Em todo o mundo ocorrem os milagres eucarísticos
A revista Jesus, das Edições Paulinas de Roma, publicou uma matéria
do escritor Antonio Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, na qual ele
apresenta uma resenha de milagres eucarísticos. Há tempos, foi traçado
um “Mapa Eucarístico”, que registra o local e a data de mais de 130
milagres, metade dos quais ocorridos na Itália. São muitíssimos esses
fenômenos extraordinários no mundo todo. Por exemplo, Marthe Robin, uma
francesa, milagre eucarístico vivo, alimentou-se durante mais de
quarenta anos apenas de Eucaristia. Teresa Neumann, na Alemanha, durante
mais de 36 anos também se alimentou somente do Corpo de Cristo.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
1 – Lanciano – Itália no ano 700
Em Lanciano, séc. VIII, um monge da ordem de São Basílio estava
celebrando na igreja dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a
consagração que ele realizara, a hóstia transformou-se em carne e o
vinho, em sangue, depositados dentro do cálice. O exame das relíquias,
segundo critérios rigorosamente científicos, ocorrido pela última vez em
1970, levou aos seguintes resultados muito significativos:
1) A hóstia, que se transformou em carne humana, segundo a tradição, é
realmente constituída por fibras musculares estriadas, pertencentes ao
miocárdio. Acrescente-se que a massa sutil de carne humana, que foi
retirada dos bordos, deixando amplo vazio no centro, é totalmente
homogênea. Em outras palavras: não apresenta lesões, como as
apresentaria se se tratasse de um pedaço de carne cortada com uma
lâmina.
2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno sangue humano. Mais: o grupo
sanguíneo “A”, ao qual pertencem os vestígios de sangue, o sangue
contido na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se sempre do mesmo
sangue grupo “AB” (sangue comum aos judeus). Este é também o grupo
sanguíneo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da Universidade de
Turim, identificou na Sagrada Mortalha (Santo Sudário).
3) Apesar de sua antiguidade, a carne e o sangue se apresentam com
uma estrutura de base intacta e sem sinais de alterações substanciais;
esse fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros
fatores aptos a conservar a matéria humana, mas, ao contrário, ele
ocorre apesar da ação dos mais variados agentes físicos, atmosféricos,
ambientais e biológicos. A linguagem das relíquias de Lanciano é clara e
fascinante: verdadeira carne e verdadeiro sangue humano, na sua
inalterada composição que desafia os tempos; trata-se mesmo da carne do
coração, daquele coração do qual, conforme a fé cristã, jorrou o Sangue,
que dá a vida.
2 – Orvieto – Bolsena – Itália 1263
Início da Festa de Corpus Christi. A festa do Corpo e Sangue de Cristo
remonta ao ano de 1208, quando uma monja, Santa Juliana de
Mont-Cornillon (1258), foi inspirada por Deus a constituí-la e a
divulgá-la. O próprio Jesus tinha pedido à santa francesa a introdução
da festa de
Corpus Domini no calendário litúrgico da Igreja.
Aconteceu que o padre Pedro de Praga, da Boêmia, ao celebrar uma Santa
Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, foi surpreendido pelo
milagre durante a consagração: da hóstia consagrada caíram gotas de
Sangue sobre o corporal. Até hoje ele [sangue milagroso] está em
exposição na belíssima Catedral de Orvieto. O Papa Urbano IV (1262-1264)
residia em Orvieto e ordenou ao Bispo Giacomo levar as relíquias de
Bolsena à cidade onde habitava. O Sumo Pontífice, então, emitiu a Bula
“Transiturus de mundo”, em 11/08/1264, na qual prescreveu que, na
quinta-feria após a oitava de Pentecostes, fosse celebrada a festa em
honra do Corpo do Senhor [Corpus Christi]. São Tomás de Aquino foi
encarregado pelo Santo Padre para compor o ofício da celebração. Em
1290, foi construída a Catedral de Orvieto, chamada de Lírio das
Catedrais.
3 – Ferrara – 28/03/1171
Aconteceu esse milagre na Basílica de Santa Maria in Vado, no século
XII. Propagava-se, com perigo à fé católica, a heresia de Berengário de
Tours (1088), que negava a presença real de Cristo na Eucaristia. Aos
28 de março de 1171, padre Pedro de Verona e mais três sacerdotes
concelebravam a Santa Missa de Páscoa. No momento de partir o Pão
Consagrado, a Hóstia se transformou em Carne, da qual saiu um fluxo de
Sangue que atingiu a parte superior do altar, cujas marcas são visíveis
ainda hoje. Há documentos que narram o fato: um “Breve” do Cardeal
Migliatori (1404) e a Bula de Eugênio IV (1442), cujo original foi
encontrado em Roma em 1975. Mas a descoberta mais importante aconteceu
em Londres, em 1981, quando foi encontrado um documento de 1197 narrando
o fato.
4 – Offida – Itália 1273
Ricciarella Stasio – devota imprudente, realizava práticas
supersticiosas com a Eucaristia; em uma dessas profanações, a Hóstia se
transformou em Carne e Sangue. Estes foram entregues ao padre Giacomo
Diattollevi e são conservadas até hoje. Há muitos testemunhos históricos
sobre esse fenômeno extraordinário.
5 – Sena Cáscia – Itália 1330
Hoje, esse milagre é celebrado em Cássia, terra de Santa Rita de Cássia.
Em 1330, um sacerdote foi levar o viático a um enfermo e colocou
indevidamente, de maneira apressada e irreverente, uma Hóstia Consagrada
dentro do seu breviário para levá-la a um doente em estado grave. No
momento da comunhão, abriu o livro e viu que a Hóstia se liquefez e,
quase reduzida a Sangue, molhou as páginas do livro. Então o religioso
negligente apressou-se a entregar o livro e a Hóstia a um frade
agostiniano de Sena, o qual levou para Perúgia a página manchada de
Sangue e para Cássia a outra página onde a Hóstia ficara presa. A
primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia chamada de Corpus
Domini é atualmente venerada na basílica de Santa Rita.
6 – Turim – Itália 1453
Na Alta Itália, ocorria uma guerra furiosa pelo ducado de Milão. Os
piemonteses saquearam a cidade; ao chegarem à igreja, forçaram o
tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual se guardava o Corpo
de Cristo, ocultando-no dentro de uma carruagem, juntamente com os
outros objetos roubados e dirigiram-se para Turim. Crônicas antigas
relatam que, na altura da igreja de São Silvestre, o cavalo parou
bruscamente a carruagem, o que ocasionou a queda, por terra, do
ostensório, e este se levantou nos ares”com grande esplendor e com
raios que pareciam os do sol”. Os espectadores chamaram o bispo da
cidade na época, Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local do
prodígio. Quando chegou, “o ostensório caiu por terra, ficando o Corpo
de Cristo nos ares a emitir raios refulgentes”. O bispo, diante dos
fatos, pediu que lhe levassem um cálice. Dentro deste desceu a Hóstia,
que foi levada para a catedral com grande solenidade. Era o dia 9 de
junho de 1453. Existem testemunhos contemporâneos do acontecimento
(“Atti Capitolari” de 1454 a 1456). A igreja de “Corpus Domini” (1609)
até hoje atesta o fato milagroso.
7 – Sena – Itália 1730
Na Basília de São Francisco, em Sena, pátria de Santa Catarina de Sena,
durante a noite de 14 para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão
223 Hóstias Consagradas por ladrões que roubaram o cibório de prata onde
elas estavam. Dois dias depois, as Hóstias foram achadas em caixa de
esmolas misturas com dinheiro. Elas foram higienizadas e guardadas na
Basílica de São Francisco; ninguém as consumiu; e logo o milagre
aconteceu, visto que, com o passar do tempo, elas não estragaram, o que é
um grande milagre. A partir de 1914, foram feitos exames químicos que
comprovaram pão em perfeito estado de conservação.
8 – Milagre Eucarístico de Santarém Portugal (1247)
Aconteceu, no dia 16 de fevereiro de 1247, em Santarém, a 65 km ao norte
de Lisboa. Euvira, casada com Pero Moniz, sofrendo com a infidelidade
do marido, decidiu consultar uma bruxa judia que morava perto da igreja
da Graça. Esta prometeu-lhe resolver o problema se como pagamento
recebesse uma Hóstia Consagrada. Para obtê-ta, a mulher fingiu-se de
doente e enganou o padre da igreja de S. Estevão, que lhe deu a sagrada
comunhão num dia de semana. Ela recebeu a Hóstia, colocou-a nas dobras
do seu véu. De imediato esta [Hóstia] começou a sangrar. Assustada, a
mulher correu para casa na Rua das Esteiras, perto da igreja, e escondeu
o véu e a Hóstia numa arca de cedro onde guardava os linhos lavados. À
noite, o casal foi acordado com uma visão espetacular de anjos em
adoração à sagrada Hóstia sangrando. O casal, arrependido e convertido,
de madrugada, chamou o pároco e, acompanhados de inúmeros clérigos e
leigos, levaram a Hóstia de volta para a igreja de S. Estevão, onde
continuou a sangrar durante três dias. Enfim, a sagrada comunhão foi
depositada em um relicário, feito de cera de abelhas derretida, onde
permaneceu num cálice até 1340, quando se afirma ter havido um outro
milagre foi descoberto que ficou encerrada numa âmbula de cristal. As
manchas cristalizadas de Sangue se solidificaram na cera e
constituíram-se nas Relíquias do Preciosíssimo Sangue, como se pode ver
ainda hoje, intactas. Próximo da Igreja está a Ermida (casa do casal).
Várias investigações eclesiásticas foram feitas durante 750 anos. As
realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de
1997, por decreto de D. Antonio Francisco Marques, Bispo de Santarém, a
igreja de S. Estevão, onde está a relíquia, foi elevada a Santuário
Eucarístico do Santíssimo Sangue.
Felipe Aquino
Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV
Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e
Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”.
Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e
no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras
Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor:
www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino