quarta-feira, 28 de março de 2012
Qual o segredo da verdadeira liberdade?
“Quanto mais a pessoa pratica o bem, tanto mais se torna livre. Não há verdadeira liberdade a não ser a serviço do bem e da justiça. A escolha da desobediência e do mal é um abuso de liberdade e conduz à escravidão do pecado” (Catecismo da Igreja Católica, n.1.733).
A Palavra do Senhor nos orienta a buscarmos a Verdade, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, para que vivamos a verdadeira liberdade dos filhos de Deus.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).
Supliquemos hoje ao Senhor Jesus que nos reconduza ao caminho do bem e da verdade.
Jesus, eu confio em Vós!
Postado por: homilia
À medida que servimos a Deus somos livres
O Evangelho de hoje, dentre tantas coisas, nos traz o caminho de santidade que passa pelo seguimento a Cristo, pois esse é, na realidade, um caminho na liberdade e na verdade.
De fato, Jesus diz: “Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade libertar-vos-á” (João 8,31-32).
Propor a santidade de vida nada mais é do que oferecer o caminho da autenticidade e da liberdade. À luz da fé, ser santo é viver a verdade total, não limitada às realidades materiais ou apenas à vida terrena. Com efeito, o santo tem em consideração tanto os bens materiais como os espirituais; ele considera tanto a realidade terrena como a sobrenatural, contempla a própria vida não apenas na perspectiva temporal, mas também eterna. Por outras palavras, o santo vive a pureza de intenções, considerando todos os aspectos da própria existência.
O aspecto mais importante é que quem deseja a santidade abre-se para Deus, o bem supremo e fonte verdadeira. Jesus disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Depois da Sua Morte e Ressurreição, o Senhor prometeu que nos enviaria o Espírito Santo como “o Espírito da Verdade” (Jo 16,13).
Diante de Pilatos, Jesus disse: “Foi por isso que nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). Seguindo radicalmente a Cristo, caminhamos na autenticidade total.
A santidade de vida e a abertura à graça nos ajudam, na realidade, a compreender mais profundamente as verdades de Deus. São Paulo escreve: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus; para ele são loucura, e não é capaz de as compreender” (1Cor 2,14). Ou ainda: “Todo aquele que peca não viu Deus nem o conheceu” (1Jo 3,6).
Não alcançamos a contemplação plena do rosto do Senhor unicamente com as nossas forças, mas deixando-nos guiar pela Sua graça. Só a experiência do silêncio e da oração oferecem o horizonte adequado, nos quais pode maturar e desenvolver-se o conhecimento mais verdadeiro, aderente e coerente ao mistério de Deus. Por este motivo, com frequência nos surpreende a compreensão perspicaz sobre Deus que os santos demonstram, mesmo os que não fizeram muitos estudos.
No Evangelho, Jesus fala da liberdade espiritual. Na realidade, o olhar sobre todos os aspectos da nossa existência, ajuda-nos a encontrar uma justa escala de valores. Auxilia-nos, por conseguinte, a não nos tornarmos dependentes nem permanecermos escravos dos bens materiais e das nossas concupiscências, dos vícios, do pecado; mas nos estimula e nos torna capazes de desejar os valores mais importantes, indestrutíveis, perenes.
Jesus, no Evangelho de hoje, responde aos judeus de maneira clara: “Em verdade, em verdade vos digo: aquele que cometer pecado é escravo do pecado”. Vem à nossa mente tantos jovens que, hoje, são escravos da droga, do sexo, do prazer, do dinheiro, do orgulho, da preguiça, da inveja, etc. Não são livres para desejar valores maiores.
Contudo, quem de nós não experimentou – e não experimenta em maior ou menor medida – a escravidão de vários vícios e debilidades? Santo Agostinho, que depois de uma vida tão libertina teve que se esforçar bastante para encontrar esta liberdade espiritual, isto é, para partir as correntes dos seus maus hábitos e da paixão carnal, escreveu com convicção: “Ouso dizer que à medida que servimos a Deus somos livres, enquanto que, à medida que servimos a lei do pecado, somos escravos”.
Santo Agostinho também tinha a consciência de que a liberdade espiritual não se alcança plenamente com as próprias forças, mas unicamente por meio da graça, da ajuda do Senhor. Contudo, Jesus afirma isso de maneira clara no Evangelho que ouvimos: “Por conseguinte, se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres”.
O caminho de santidade é para a liberdade espiritual, que pode se manifestar “até em condições de constrição exterior”, como nos ensina o Papa João Paulo II, na Carta Encíclica “Redemptor Hominis”, 12.
A condição da sua autenticidade é “a exigência de uma relação honesta em relação a toda verdade acerca do homem e do mundo”, continua Sua Santidade. Assim, voltam à nossa mente as palavras de Jesus no Evangelho de hoje: “a verdade libertar-vos-á”.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a aceitar, seriamente, o convite à santidade nas nossas condições de vida cotidiana, que não é mais que um convite a caminhar na verdade total e na liberdade autêntica.
Padre Bantu Mendonça
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