03 de outubro
Católicos do Rio Grande do Norte recordam, hoje, feriado
estadual, o massacre dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, mortos por
holandeses no ano de 1645, por não aceitarem a imposição da religião
protestante calvinista.
Em maio de 2000, o papa João Paulo II beatificou os mártires de
Cunhaú e Uruaçu como exemplos de fé cristã e defensores da Igreja
Católica. Naquele ano, o Governo do Estado, em resposta à uma
solicitação da Arquidiocese de Natal, decretou o feriado de 3 de
outubro. A data é simbólica. Foi no dia 3 de outubro de 1645, que 79
religiosos foram assassinados em Uruaçu. Dois meses antes, no dia 16 de
julho, enquanto participavam de uma missa, 69 católicos foram
massacrados em Cunhaú. Os mártires foram escolhidos como padroeiros do
Rio Grande do Norte devido à importância do fato. Eles foram os
primeiros mártires do Brasil, por isso o nome protomártires.
HISTÓRIA
Em 16 de junho de 1645, o Pe. André de Soveral e outros 70 fiéis
foram cruelmente mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares.
Os fiéis estavam participando da missa dominical, na Capela de Nossa
Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú – no município de Canguaretama
(RN). O motivo teria sido a intolerância calvinista dos invasores que
não admitiam a prática da religião católica: isso custou-lhes a própria
vida.
Três meses depois aconteceu o martírio de mais 80 pessoas, e sempre
pelas mãos dos calvinistas holandeses. Entre elas estava o camponês
Mateus Moreira, que teve o coração arrancado pelas costas, enquanto
repetia a frase: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Isso aconteceu
na Comunidade de Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante (a 18 km de Natal).
Os católicos, segundo o padre, veem os mártires como exemplo de fé e
devoção. “Os mártires se assemelharam a Jesus Cristo quando decidiram
morrer em nome da fé. Não há prova de amor maior que essa”, diz Pe.
Murilo. “No caso dos mártires de Cunhaú e Uruaçu, em um país de milhões
de católicos como o Brasil, não havia santos ou pessoas que fossem
espelhos da fé que move tantos fiéis por este país afora. A beatificação
dos mártires foi, e ainda é, uma injeção de ânimo para os católicos,
pois em meio a tantas tribulações sofridas por estas dezenas de pessoas,
sua fé permaneceu inabalada frente a iminência da morte”, completa
Thiago Freire Costa de Melo, professor de História.
O cenário econômico motivou a invasão dos holandeses em terras
potiguares no século XVII,
época dos
martírios. Na época o RN produzia açúcar através do Engenho Potengi e já possuía um vasto rebanho bovino.
época dos
martírios. Na época o RN produzia açúcar através do Engenho Potengi e já possuía um vasto rebanho bovino.
Após tomarem a Fortaleza dos Reis Magos, os holandeses passaram a
chamar Natal de “Nova Amsterdã”. O deslocamento das forças batavas para o
interior do estado aconteceu progressivamente. Nas localidades de
Uruaçu e Cunhaú, agiram com violência e massacraram aqueles que, por
opção, não se converteram ao protestantismo.
MASSACRE DE CUNHAÚ E URUAÇU – MARTIRES DE CUNHAÚ E URUAÇU
A data de 3 de outubro será feriado no Rio Grande do Norte, em
comemoração ao Dia dos Mártires de Uruaçu e Cunhaú. Mais um feriado… e
santo! Me choca mais ainda é quando analisamos os porquês do feriado.
Entro um pouco mais fundo na “história” por que a “istória”de Cunhaú me
intriga. A grande parte da sociedade e de religiosos só conhecem um lado
da moeda… aquilo que “alguns” insistem em contar. O que na verdade
aconteceu? Porque os historiadores laicos divergem da história oficial?
Porque o Governo do Estado do Rio Grande do Norte apressou-se em
aceitar mais um feriado santo e gastar com construções em beneficio a
uma religião especifica?
Não queremos aqui minimizar o massacre, o sofrimento das vidas que
foram perdidas naquele local. Isso foi verdadeiro, mas devemos ser
honestos com a história, não cedendo a pressões religiosas
mais deixando a liberdade de pesquisa, de imprensa, registrar a outra
face não contada. Esse caso de Cunhaú é extremamente controverso. Mas
reina uma versão aceita pelos leigos e por alguns intelectuais que não
buscaram conhecer o outro lado da história. Se na história não podemos
eleger nosso herói, não podemos afirmar sobre o bandido, como a “versão”
autorizada afirma que foi culpa do governo holandês orientado por um
Pastor Evangélico. A história relatada por Cascudo e demais
historiadores que defendem que o massacre não foi obra do governo
holandês tem uma razão de ser, bem como a minha história.
Ao relatar uma história, não conseguiremos isentar totalmente de
nossos pressupostos, inclusive os religiosos. Mas fato deste escritor
ser protestante não impedirá e não porá em cheque suas argumentações
que devem ser analisadas a partir do viés da história laica . Este site é
informativo, de pesquisa e de lazer. Avisando para aqueles que são
religiosos que não se fruste diante de fatos que não lhe contaram ou que
seja difícil você aceitar. Clique no “X” e visite um outro site, este
não é um lugar para você estar.
1 – É preciso entender (ou buscar na história laica)
que não foi o governo holandês que ordenou a chacina. Na verdade, a
outra versão que fazemos aqui o levante, narra que foi uma vingança por
parte dos índios que ali moravam ajudados por uma outra tribo da Bahia.
Todos esses, se revoltaram devido notícias da crueldade cometidas pelos
portugueses para com os indígenas. No início da revolta (13/6/1645),
isso é aceito pela maioria dos historiadores (laicos) que por onde
passavam os portugueses e estabeleciam seu domínio, a violência, a morte
estavam presente de forma cruel. Os “brasilianos” (como eram chamados
os índios tupis) fugiam para bem próximo das fortificações holandesas,
que eram difíceis de serem atacadas e destruídas. Outros decidiram
evitar o desastre aparentemente inevitável e pegaram em armas. Foi isso
que aconteceu em Cunhaú.
“No Rio Grande do Norte, a população indígena consistia em grande
parte de índios antropófagos (tapuias), sob a liderança do seu cacique
Nhanduí. Para os holandeses, os tapuias significavam um bando de aliados
um tanto inconstantes, pois eram um povo muito independente, que não
aceitava ordens de ninguém, mas decidia por si o que era melhor para sua
tribo. Um tal de Jacob Rabe, casado com uma índia, servia de ligação
entre eles e o governo holandês”. (Schalkwijk – 1986).
Os holandeses eram considerados como os libertadores da opressão
portuguesa. E, por várias vezes, esses índios quiseram aproveitar-se da
situação de derrota dos portugueses para vingar-se da violência
anteriorComo acontecera no Ceará em 1637, em 1645 os índios procuraram
matar todos os portugueses da região, que foram protegidos pelos
holandeses, por meio das armas.. Os tapuias sentiram que, com o início
da revolta contra os holandeses, eram eles ou os portugueses. No dia 16
de julho, começaram por Cunhaú, massacrando as pessoas que estavam na
capela e posteriormente, numa luta armada, os restantes.
2. O nome do Pastor protestante Rev. Jodocus à
Stetten que era capelão do exército holandês está ligado a esse episódio
de Cunhaú, é preciso observar e entender que exatamente o contrário do
que alguns afirmam, esse pastor foi enviado pelo governo holandês do
Recife para acalmar os ânimos dos indígenas. Porém, os índios, não
entendiam como os holandeses podiam defender seus inimigos mortais. 3 .
É preciso também registrar que esse sim: Como afirma Schalkwijk, o
Algoz-mor de Cunhaú: Jacob Rabe alguns meses depois do massacre, esse
funcionário da Companhia das Índias Ocidentais, que havia recebido o
pastor Jodocus de pistola em punho, foi morto por ordem do próprio
governador da capitania do Rio Grande do Norte, Joris Garstman. O
capitão Joris era casado com uma senhora portuguesa que havia perdido
muitos parentes em Cunhaú. Na história não podemos eleger nossos heróis,
mas os inimigos, o algoz, sempre queremos descobrir que o foi. Nesse
relato, apresentamos uma outra versão que evidentemente não esclarece de
um todo, mas apresenta através de três pontos que a história precisa
ser revista.
João Bosco de Sousa – Escritor, Teólogo Cientista da Religião pela
UERN. ( Nordestino, nascido em Natal sem familiares holandeses ou
calvinistas). (tomando como base o texto de Francisco Schalkwijk –
Doutor em história na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São
Paulo. É autor do livro Igreja e Estado no Brasil Holandês (1986).).
O BRASIL É UM ESTADO LAICO?
Professor Jota Bê
Mártires de Cunhaú e Uruaçu
Mártires de Cunhaú e Uruaçú ou Protomártires do Brasil, é o título dado aos 30 cristãos martirizados, no interior do Rio Grande do Norte, no contexto das Invasões holandesas no Brasil. Foram dois morticínios, o primeiro na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, municípios de Canguaretama; outro em Uruaçú, comunidade do município de São Gonçalo do Amarante. Foram Beatificados pelo Papa João Paulo II em 5 de março de 2000.
Morticínio de Cunhaú
O primeiro engenho construído no Rio Grande do Norte, foi palco de uma grande chacina, uma das mais trágicas histórias do Brasil. Era o ano de 1645, o estado do Rio Grande(Católico), era, dominado pelos holandeses(calvinista), Jacob Rabbi uma alemão a serviço do governo holandês, ele chegou em Cunhaú no dia 15 de julho de 1645, mas ja era conhecido pelos moradores, pois, ja havia passado por lá, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias,
sempre deixando ódio, e destruição por todo lugar que ele passava,
nesse dia ele veio com mais força. Além dos Tapuias, trazia alguns Potiguares e soldados holandeses. Era Domingo, dia 16 de julho de 1645, como de costume os fiéis se reuniram para celebrar a Eucaristia, foram para Missa na Igreja de Nossa Senhora das Candeias, mais Jacob Rabbi ja havia fixado um edital na porta da igreja, que, após a missa haveria algumas ordens do governo holandês. O Pároco, Padre André de Soveral,
começa a missa, depois do momento da elevação, do Corpo e Sangue de
Cristo, as portas da Capela foram fechadas, e se deu início as cenas de
violência, intolerância e atrocidade. Ao verem que iriam ser mortos
pelas tropas, os fiéis não reagiram, Ao contrário, 'entre mortais ânsias
se confessaram ao sumo sacerdote Jesus Cristo, pedindo-lhe, com grande
contrição, perdão de suas culpas", enquanto o Pe. André estava
'exortando-os a bem morrer, rezando apressadamente o ofício da agonia
Morticínio de Uruaçú
Em 03 de Outubro de 1645,
três meses depois do massacre de Cunhaú, aconteceu outro desta vez em
Uruaçú, este também a mando de Jacob Rabbi. Dizem os Cronistas que, logo
após o primeiro massacre, o medo se espalhou pela Capitania
e por outras capitanias, a população ficou receosa, pois, tinha medo
que novos ataques acontecessem, o que não demorou muito. Foram cenas
idênticas, apesar que neste massacre as tropas usaram mais crueldade.
Depois da elevação, fecharam as portas da igreja e os mataram
ferozmente, arrancaram suas línguas para não preferirem orações católicas,
braços e pernas foram decepados, crianças foram partidas ao meio e
grande parte dos corpos foram degolados.O Celebrante, Padre Ambrósio
Francisco Ferro mesmo vivo foi muito torturado. Também arrancaram o
Coração do camponês Mateus Moreira, mesmo arrancando seu Coração Mateus
Moreira exclamou: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento"
Beatificação
O começo do processo de Beatificação foi aberto em 15 de maio de 1988, por Dom Alair Vilar, nesta ocasião, o Arcebispo nomeou o Monsenhor Francisco de Assis Pereira, como postulador das causas de Beatificação e Canonização.
No dia 05 de março de 2000, na presença de cerca de mil brasileiros na
praça de São Pedro, o Papa João Paulo II, Beatificou 28 leigos e 2
sacerdotes. Na sua homilia o Santo Padre disse:
São estes os sentimentos que invadem nossos corações, ao evocar a
significativa lembrança da celebração dos quinhentos anos da
evangelização no Brasil, que acontece este ano. Naquele imenso País, não
foram poucas as dificuldades de implantação do Evangelho. A presença da
igreja foi se afirmando lentamente mediante a ação missionária de
várias ordens e congregações religiosas e de sacerdotes do clero
diocesano. Os mártires, que hoje são beatificados, saíram, no fim do
século XVII, das comunidades de Cunhaú e Uruaçu, do Rio Grande do Norte.
André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro – presbíteros e 28
companheiros leigos pertencem a esta geração de mártires que regou o
solo pátrio, tornando-o fértil para a geração de novos cristãos. Eles
são as primícias do trabalho missionário, os protomártires do Brasil. Um
deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração
das costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na
Eucaristia, dizendo: Louvado seja o Santíssimo Sacramento
Hoje
Atualmente, os mártires são lembrados em duas datas, no dia 16 de
julho em Canguaretama, e dia 03 de outubro em São Gonçalo do Amarante.
Esta última data é lembrada a caráter estadual: pela lei Nº 8.913/2006 é
declara feriado estadual. Existem também lugares de romarias e peregrinações, como á Capela dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu em São Gonçalo do Amarante, o Santuário dos Mártires, no bairro Nossa Senhora de Nazaré em Natal, e a capela de Nossa Senhora das Candeias, no antigo engenho de Cunhaú.
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