Postado por: homilia
Deus educa-nos à prática do bem e da humildade. Entregando sua vida
ao Pai, Jesus preparava os discípulos para o anúncio do Reino: “Eis que
estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos
sumos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte”.
O Mestre toma a decisão livre e também responsável. Digo “livre e
responsável”, porque só os homens livres é que são responsáveis pelos
seus atos. E o viver de Jesus entre nós foi uma liberdade total na
obediência à vontade de Deus, Seu Pai. Chegada a hora crucial, Cristo
decide dirigir-se para Jerusalém para fazer Seu anúncio e consumar os
mistérios pascais. Para tanto, o Mestre empenha-se em esclarecer aos
Seus discípulos sobre os riscos que lá o aguardam, pois sabia que os
chefes judeus haviam decidido a Sua morte.
Por outro lado, vemos os discípulos como que desconhecendo tudo o que
Jesus falava. E o mais grave é que eles pensavam que Jesus –
dirigindo-se para Jerusalém – consolidaria o poder político anunciado
pelos profetas, o que também não passava de um mal entendido sobre o
real messianismo do Ungido do Senhor. É o que eles esperavam e
expressavam nos bastidores como sendo a “glória”.
Portanto, pensavam tomar parte do poder político de Jesus e, talvez,
até serem nomeados “ministros”, “senadores”, “governadores” enfim.
Jesus, porém, descarta o poder político, caracterizado como opressor e
tirânico. No Reino dos Céus, o maior tem de ser aquele que serve a
todos. O primeiro tem de ser o último. Cristo renova nos discípulos a
proposta de consagrarem sua vida ao serviço dos mais necessitados, pelo
que os excluídos são reintegrados na vida e Deus é glorificado. Pois o
Seu ministério é de comunhão. É partilha e serviço. É vida e
compromisso.
De outra parte, a mãe dos filhos de Zebedeu faz-lhe um pedido de
privilégio, de destaque para seus filhos, porque, também ela pensava, se
fizer um pedido Àquele que em breve terá “a faca e o queijo na mão”, os
meus filhos terão um cargo importantíssimo no Seu governo. Todavia,
Jesus mostra-lhe como eles podem conseguir. Será à custa de muito
sacrifício. O cálice de fel, de mortificação, de jejum, de penitência e
oração.
Estando nós no tempo da Quaresma, não podemos nem devemos almejar outro cálice, senão o de conversão e misericórdia.
Padre Bantu Mendonça
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