Com fé podemos continuar
Com fé nós podemos continuar a caminhar um dia após o outro, confiando na misericórdia de Deus, que nos sustenta e sabe das nossas necessidades mais profundas. João Paulo II, o mais novo beato da Igreja católica, ao ser eleito Papa, dirigiu-se ao povo dizendo: “Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!”.Vamos então hoje escancarar as portas da nossa vida, da nossa família, de tudo o que temos e somos para que Cristo entre e transforme todas as realidades.
Com Jesus, tudo se faz novo; em Jesus o que é velho não encontra mais espaço, porque para entrar no Seu Reino “é necessário nascer de novo”.
“Vós deveis nascer do alto” (Jo 3,7).
Senhor, dá-nos a graça de sermos homens e mulheres conduzidos e renovados pelo Espírito Santo a cada dia.
Jesus, eu confio em Vós!
Homilia
O arrependimento é essencial à verdadeira conversão
Neste texto do Evangelho de hoje, temos o diálogo de Jesus com Nicodemos, que é um convite à conversão. Coloca em confronto as duas opções: aquele que crê e aquele que não crê, aquele que pratica o mal e ama as trevas e aquele que pratica a verdade e se aproxima da luz.
Jesus rejeitava, muitas vezes, àqueles que tentavam segui-Lo. A um jovem rico que buscava o Seu conselho, Ele replicou com palavras tão fortes que o homem foi embora entristecido, não disposto a segui-Lo a tão alto preço. A um importante líder religioso, Nicodemos, que vinha louvando Jesus, o Senhor respondeu abruptamente: “Você tem que nascer de novo, se quiser ao menos ver o reino de Deus!” Jesus pintava francamente as dificuldades de segui-Lo e rejeitava todos os que tentavam fazê-lo de forma inadequada. Cristo pregou sobre o tema: “Não pode ser meu discípulo”, discutindo abertamente a necessidade de calcular o custo antes de iniciar o discipulado.
Não porque o Senhor não quisesse seguidores. Ele veio ao mundo para buscar e salvar os perdidos. Ele estava profundamente comovido pelas multidões perdidas e ansiava pela conversão desta. Mas sabia que não seria fácil para os homens segui-Lo e que eles estariam inclinados a enganar-se a si mesmos, pensando que eram discípulos, quando não o eram de fato. O Senhor nunca deixou de declarar francamente o que a conversão real exige.
A troca de palavras entre Jesus e Nicodemos, neste Evangelho de hoje, é fascinante. Esse homem era um chefe religioso e se dirigiu ao Senhor louvando Seus ensinamentos e milagres. É difícil saber o que se passava na mente de Nicodemos, enquanto falava. Talvez estivesse esperando louvor, uma posição na administração de Jesus ou um voto de confiança pela obra que ele mesmo estava fazendo, como mestre em Israel. Mas a resposta surpreendente de Jesus foi: “Nicodemos, você precisa começar tudo de novo, se quiser entrar no reino de Deus”. Seja o que for que esse homem estivesse esperando, não era isso! A resposta de Jesus significa que toda a religião de Nicodemos, toda a sua atividade no ensino e toda a sua posição no Judaísmo eram sem valor em relação ao domínio de Deus.
Nós também precisamos ver que toda a nossa religião e nossa grandeza nada valem. As realizações do passado nada representam. Precisamos recomeçar tudo novamente para sermos capazes de entrar num relacionamento com Deus.
Mas, para isso, basta olhar para o que Jesus ensinou. Para Ele é loucura começar um projeto sem entender primeiro o que será exigido para terminá-lo. Ele ilustrou isso com a ideia de um homem que começou a construir uma torre, mas loucamente se esqueceu de fazer um orçamento para determinar se teria fundos para completá-la e, assim, teve que parar no meio do projeto. A verdadeira conversão necessita de um cuidadoso exame do estilo de vida que Deus espera do convertido.
O arrependimento, que é essencial à verdadeira conversão, envolve morte ao pecado. A Bíblia o compara à morte e ressurreição de Cristo. Tem que haver uma mudança de estilo de vida radical. A Bíblia usa termos como “matar o velho homem” e “revestir-se com o novo homem”, e descreve com minúcias as mudanças exatas que precisam ser feitas. Maus hábitos — embriaguez, imoralidade sexual, ira, ganância, orgulho, etc. — precisam ser eliminados da própria vida, ao passo que devem ser acrescentados o amor, a verdade, a pureza, o perdão e a humildade. Este é o resultado do arrependimento.
Muitas pessoas tentam ser convertidas e converter outras, sem arrependimento. Elas ensinam um Cristianismo “indolor”, que não exige sacrifício. E salientam as emoções, a felicidade e as bênçãos, porém, pensam pouco sobre as mudanças reais que a conversão exige na vida diária da pessoa. Entendamos isto claramente: não há conversão sem transformação. Aquele que acreditou e foi batizado, aquele que até mesmo foi aceito na Igreja e participa fielmente das atividades religiosas, mas que não se arrependeu, não é salvo. O arrependimento é um compromisso sério, determinado, para mudar a própria vida.
Para tomar parte realmente na Ceia do Senhor, a pessoa necessita nascer de novo, no poder da água e do Espírito Santo. Ela precisa executar o ato certo, pelo motivo certo, sendo uma discípula fiel de Cristo.
Padre Bantu Mendonça
Formação
Bispo Diocesano de Amparo - SP
Festa da Misericórdia
Ser filho da misericórdia de Deus
Quantas vezes, em nossa vida, criamos repulsas por nós mesmos por causa de nossos pecados! A consequência dos pecados, dos erros, não é o tempo que o erro dura, mas o que ele vai gerando dentro de nós. Você não tem o direito de viver como um miserável, porque você não o é. Nós não podemos nos transformar nos erros cometidos.
Nada nesta vida pode me emocionar mais do que o coração de Jesus. Pensar que Ele amava como amou, olhar para o jeito como Ele olhava o mundo, como Ele via a miséria humana e tudo aquilo que era feio, triste e desagradável. Essa Canção Nova está cheia, porque todos nós necessitamos ouvir, todos os dias, que Deus nos ama, nos quer bem, que Ele não se cansa de nós. A Canção Nova está repleta de gente, porque todos nós, que experimentamos a miséria, sabemos como é duro viver, como facilmente caímos nas desgraças, como é fácil tornarmos nossa vida um inferno. E a porta da nossa destruição é justamente o momento em que deixamos de nos querer bem. É por isso que a Igreja se preocupa em gritar em alto e bom som que a Deus nos ama.
Deus ama você! Apesar da nossa miséria, essa notícia não muda. É maravilhoso pensar que o movimento do Criador é fazer com que a Sua criatura O perceba, O conheça. A grande graça de Deus é olhar para você e não achar que você é multidão.
Eu não sei quando foi o seu encontro com Jesus; não sei se você O conheceu por meio das histórias que sua mãe lhe contava dEle ou se você escutou que Ele realizava milagres; eu não sei qual foi o caminho que você andou até encontrar a imagem de Jesus Misericordioso nem o que Ele significa para você. Mas eu sei o que essa imagem significa para o Pai.
Ninguém pode compreender o amor senão por intermédio de outra pessoa, pois o amor nós não aprendemos na faculdade com conceitos e teorias. Por isso o Pai fez questão de nos enviar Alguém que ama, um homem responsável, porque conhece a lei. Jesus é um bom judeu, não relativiza a religião, não é um homem que fala bobagens , porque foi bem preparado, foi um menino bem educado, porque Deus fez questão de colocá-Lo como filho de uma mãe que sabia ser mãe. Ele não é um medroso, um mentiroso. É um homem terno, que gosta da vida, gosta tanto dela que é mostrado indo a festas, conversando com amigos. É um homem que não tem preconceitos. Ele foi capaz de ir a lugares inusitados, sentar com pecadores, conversar com miseráveis.
As autoridades da época achavam um absurdo o que Jesus Cristo fazia. Jesus tinha um coração cheio de amor, e quem ama de verdade não tem medo de encontrar as pessoas, não tem medo de encontrar os miseráveis. Sabe por que não gostamos de estar diante de um miserável? Porque quando estamos diante dele, nos deparamos também com as nossas misérias.
Jesus foi um homem complexo. Um homem capaz de olhar a aparência e nela não se prender, pois sabia que por trás de uma aparência de repulsa havia um coração necessitado de Deus. Ele se sentava com os leprosos e prostitutas. Ele as convencia de que a vida podia ser nova e diferente. Ele não teve medo de confundir as pessoas mostrando-se tão humano.
Como posso acreditar que um Deus se deixa ser crucificado? Como acreditar num Deus que se senta para comer com quem não vale nada? Como acreditar num Deus aparentemente tão contraditório, tão cheio de paradoxos? Não sei como o Pai entrou em sua vida e lhe apresentou Jesus, mas hoje eu vivo a Festa da Misericórdia com tanta emoção que posso lhe dizer que foi assim que eu O conheci e aprendi que podemos segui-Lo sendo divinos e sendo homens.
Hoje, posso dizer que sou filho da Misericórdia, porque o Deus que eu conheci não é um Deus de fachada, de hipocrisia, mas este Jesus da festa de hoje, que tem essa sedutora face e que diz com tanta coragem, por meio de Santa Faustina, à alma fraca e pecadora: “Não tenha medo de se aproximar de mim, pois mesmo que seus pecados fossem como todos os grãos de areia do universo, seriam nada em meio à imensidão de meu amor”.
Foi para isso que eu me tornei padre, para retirar o seu medo de se aproximar dEle, para ajudá-lo a jogar fora o “câncer espiritual” que cresce dentro de você, alimentado pelo autodesprezo que o pecado coloca dentro de você.
Se Deus amava aqueles que aparentemente não valiam nada, aqueles que eram causa de escândalos, Ele pode amar a mim e a você também. Não há nada que não possa ser curado pela misericórdia de Jesus.
Sabe por que, muitas vezes, desistimos? Porque nos falta religião para nos apoiar. Quando você, na lida do seu dia a dia, precisa redescobrir o seu valor como pessoa, enfrentar as picuinhas da sua alma, as suas mentiras, quando precisa olhar no espelho e ver suas vergonhas, só o que lhe resta é dizer-se: “Deus me ama”.
“Deus me ama” é o contexto de uma vida inteira. O Senhor ama você, porque, antes, Ele amou Lázaro, amou Maria Madalena, Pedro, amou Judas. Deus amou Adão, amou Eva. Ele é misericórdia e por isso eu posso lhe dizer: ninguém o ama como Deus.
Eu, como sacerdote que sou, não tenho o direito, pela condição que me foi colocada, de dizer que você é um caso perdido, pois ao dizer isso, eu estou contradizendo o que, com a misericórdia, eu aprendi, porque eu também posso ser considerado um caso perdido.
A misericórdia nunca vai lhe dizer que você é um caso perdido. Jesus, ao amar, corrige, impõe limites, por isso não se assuste se a misericórdia de Deus lhe for dura. Quanto mais nós amamos uma pessoa, mais queremos colocá-la no equilíbrio. No coração misericordioso de Jesus ainda existe lugar para você.
Se nós acreditarmos, verdadeiramente, que no coração de Deus tem sempre um lugar para nós, vamos mudar as nossas condutas, porque isso é precioso demais.
O anúncio do Evangelho é para nos ajudar a escolher pela vida. Quer saber se você está no caminho certo? É só saber se você está conseguindo dormir bem, colocar a sua cabeça no travesseiro, satisfeito com a ser humano que você é.
Os raios da imagem de Jesus Misericordioso são direcionados para o chão, porque é onde estão as nossas misérias humanas. E eu prefiro, muito mais, ter minhas misérias aos pés de Jesus, a ter minhas vitórias no rabo de diabo.
A pior vaidade que podemos experimentar na vida é a espiritual, daqueles que experimentaram o amor de Deus e se sentem melhor do que aqueles que ainda não passaram por essa experiência. Na cruz, humilhado, mostrando na sua indigência humana, foi o único lugar em que Jesus esteve acima de nós.
A Festa da Misericórdia nos lembra que a nossa família precisa ser a casa da misericórdia, a casa do abraço.
“Senhor, quero ser o instrumento da sua misericórdia. Retire, Senhor, de nosso meio, o ódio, a competição; e coloca o dom de amar, para que sejamos uma célula do seu amor a transformar o mundo, a sociedade.” Coragem! A misericórdia é para você. Faça do seu coração um lugar de amor.
Assembleia CNBB
“Animados e guiados pelo infinito Amor de Deus, nosso Pai, os Bispos do Brasil se reúnem num grande acontecimento: a 49ª Assembleia Geral da CNBB. Estarão em Aparecida cerca de 330 Bispos, de todas as Dioceses do Brasil, para esse encontro de oração, de comunhão, de estudo e de tomada de decisões em conjunto, com a finalidade de servir cada vez melhor, buscando bons caminhos para a Igreja e para o povo brasileiro”, destaca a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no subsídio de oração feito para encontro.
.: Subsídio "Rezemos com os bispos do Brasil reunidos em Aparecida"
Nesta Assembleia Geral, os bispos brasileiros contemplarão a realidade nacional diante das grandes e rápidas mudanças que vem enfrentando. Para a CNBB, a Igreja no Brasil precisa discutir os dilemas que atingem os seres humanos hoje para mostrar o Evangelho como resposta às necessidades do mundo.
“Igreja não é instituição que fica nas nuvens, ou no meio dos anjos. Ela existe para que o mundo possa viver melhor, para curar feridas e apresentar projetos de vida que ajudem cada um a se realizar como filho de Deus, dentro da sua realidade”, ressalta uma das orações do subsídio intitulado “Rezemos com os bispos do Brasil reunidos em Aparecida”.
Todos os católicos são convidados a entrar em sintonia com os bispos em oração e a acompanhar dia a dia, passo a passo, o evento. A CNBB destaca que esta é uma maneira de mostrar que todos em comunhão são responsáveis pela Igreja, unidos numa corrente de fé.
“Propomos temas para conversa, partilha de experiências, reflexão e oração, a serem usados em cada dia, como um modo de acompanhar fraternalmente os nossos bispos”, aconselha a CNBB.
Começa, na próxima quarta-feira, 4, em Aparecida (SP), a 49ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Esta será a terceira vez que a CNBB faz sua Assembleia em Aparecida. As duas anteriores aconteceram em 1954 e 1967, respectivamente, 2ª e 8ª Assembleias. Dois temas marcarão, de forma especial, a assembleia deste ano: as eleições e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Serão eleitos, para um mandato de quatro anos, o presidente, vice-presidente e secretário geral. Além destes, os bispos elegerão, também para um mandato de quatro anos, os presidentes das Comissões Episcopais Pastorais, que atualmente são dez. Estes presidentes de Comissões com os três membros da Presidência formam o Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep). O texto das novas Diretrizes, que também têm duração de um quadriênio, foi elaborado por uma Comissão de bispos, presidida pelo arcebispo de São Luís (MA), dom José Belisário da Silva, e assessorada por peritos. A base do texto são as atuais Diretrizes, aprovadas em 2008 incorporando o conteúdo do documento final da V Conferência do Episcopado da América Latina e Caribe, realizada em 2007, em Aparecida (SP), e outros documentos da Igreja publicados desde então, como a recente Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Verbum Domini” do Papa Bento XVI. Outros temas estarão na pauta dos bispos como as Diretrizes para o Diaconato Permanente, assuntos de liturgia, assuntos da Comissão Pastoral para a Doutrina da Fé, situação dos povos indígenas, análise da conjuntura eclesial e social, assuntos de Comunicação, Jornada Mundial da Juventude, 5ª Semana Social Brasileira. A Igreja no Brasil tem 456 bispos, sendo 301 na ativa e 155 eméritos. Estão inscritos para a Assembleia 336 (296 da ativa e 40 eméritos). Outras 119 pessoas participam da Assembleia como assessores, peritos, convidados, colaboradores, prestadores de serviço, totalizando 455 pessoas.
Programação da Festa de Nossa Senhora de Fátima 2011
Homilia
O arrependimento é essencial à verdadeira conversão
Neste texto do Evangelho de hoje, temos o diálogo de Jesus com Nicodemos, que é um convite à conversão. Coloca em confronto as duas opções: aquele que crê e aquele que não crê, aquele que pratica o mal e ama as trevas e aquele que pratica a verdade e se aproxima da luz.
Jesus rejeitava, muitas vezes, àqueles que tentavam segui-Lo. A um jovem rico que buscava o Seu conselho, Ele replicou com palavras tão fortes que o homem foi embora entristecido, não disposto a segui-Lo a tão alto preço. A um importante líder religioso, Nicodemos, que vinha louvando Jesus, o Senhor respondeu abruptamente: “Você tem que nascer de novo, se quiser ao menos ver o reino de Deus!” Jesus pintava francamente as dificuldades de segui-Lo e rejeitava todos os que tentavam fazê-lo de forma inadequada. Cristo pregou sobre o tema: “Não pode ser meu discípulo”, discutindo abertamente a necessidade de calcular o custo antes de iniciar o discipulado.
Não porque o Senhor não quisesse seguidores. Ele veio ao mundo para buscar e salvar os perdidos. Ele estava profundamente comovido pelas multidões perdidas e ansiava pela conversão desta. Mas sabia que não seria fácil para os homens segui-Lo e que eles estariam inclinados a enganar-se a si mesmos, pensando que eram discípulos, quando não o eram de fato. O Senhor nunca deixou de declarar francamente o que a conversão real exige.
A troca de palavras entre Jesus e Nicodemos, neste Evangelho de hoje, é fascinante. Esse homem era um chefe religioso e se dirigiu ao Senhor louvando Seus ensinamentos e milagres. É difícil saber o que se passava na mente de Nicodemos, enquanto falava. Talvez estivesse esperando louvor, uma posição na administração de Jesus ou um voto de confiança pela obra que ele mesmo estava fazendo, como mestre em Israel. Mas a resposta surpreendente de Jesus foi: “Nicodemos, você precisa começar tudo de novo, se quiser entrar no reino de Deus”. Seja o que for que esse homem estivesse esperando, não era isso! A resposta de Jesus significa que toda a religião de Nicodemos, toda a sua atividade no ensino e toda a sua posição no Judaísmo eram sem valor em relação ao domínio de Deus.
Nós também precisamos ver que toda a nossa religião e nossa grandeza nada valem. As realizações do passado nada representam. Precisamos recomeçar tudo novamente para sermos capazes de entrar num relacionamento com Deus.
Mas, para isso, basta olhar para o que Jesus ensinou. Para Ele é loucura começar um projeto sem entender primeiro o que será exigido para terminá-lo. Ele ilustrou isso com a ideia de um homem que começou a construir uma torre, mas loucamente se esqueceu de fazer um orçamento para determinar se teria fundos para completá-la e, assim, teve que parar no meio do projeto. A verdadeira conversão necessita de um cuidadoso exame do estilo de vida que Deus espera do convertido.
O arrependimento, que é essencial à verdadeira conversão, envolve morte ao pecado. A Bíblia o compara à morte e ressurreição de Cristo. Tem que haver uma mudança de estilo de vida radical. A Bíblia usa termos como “matar o velho homem” e “revestir-se com o novo homem”, e descreve com minúcias as mudanças exatas que precisam ser feitas. Maus hábitos — embriaguez, imoralidade sexual, ira, ganância, orgulho, etc. — precisam ser eliminados da própria vida, ao passo que devem ser acrescentados o amor, a verdade, a pureza, o perdão e a humildade. Este é o resultado do arrependimento.
Muitas pessoas tentam ser convertidas e converter outras, sem arrependimento. Elas ensinam um Cristianismo “indolor”, que não exige sacrifício. E salientam as emoções, a felicidade e as bênçãos, porém, pensam pouco sobre as mudanças reais que a conversão exige na vida diária da pessoa. Entendamos isto claramente: não há conversão sem transformação. Aquele que acreditou e foi batizado, aquele que até mesmo foi aceito na Igreja e participa fielmente das atividades religiosas, mas que não se arrependeu, não é salvo. O arrependimento é um compromisso sério, determinado, para mudar a própria vida.
Para tomar parte realmente na Ceia do Senhor, a pessoa necessita nascer de novo, no poder da água e do Espírito Santo. Ela precisa executar o ato certo, pelo motivo certo, sendo uma discípula fiel de Cristo.
Padre Bantu Mendonça
Formação
Um gigante de Deus
João Paulo II venceu as conveniências para viver sua missão
O Papa João Paulo II será beatificado neste mês de maio, mês dedicado a Virgem Maria, a quem ele tanto amou, mês também do seu nascimento. Ele se empenhou em muitas frentes para anunciar o Evangelho numa época conflitiva. O “breve século vinte”, de fato, foi um século de conflitos e mudanças substanciais. Seriam várias as virtudes e dons que poderíamos ressaltar na personalidade e atuação desse grande homem de Deus. Eu ressalto aqui o que me pareceu uma marca sólida de sua personalidade: a busca da santidade. O Pontífice polonês resgatou para a Igreja e o mundo a busca da santidade como vocação dos fiéis cristãos.
Dom Pedro Carlos CipoliniEm torno dessa busca pela santidade ele pautou sua visão de Igreja: escola de comunhão dos santos; sua doutrina social: santidade como justiça. A partir do conceito de santidade ele defendeu os direitos de Deus e os direitos dos homens. Vislumbrou a santidade como meta teológica e antropológica, como realização plena do ser humano e consequentemente da criação. Por isso não se pode estranhar que se clamasse durante seu funeral: santo súbito!
Nunca talvez, tanta gente tenha tido tanta oportunidade de entrar em contato com um Papa como se teve com João Paulo II. Sua primeira viagem ao Brasil (1980) foi marcada de emoção. Pôde-se ouvi-lo, então, dizer abertamente tantas palavras que gostaríamos de dizer, mas a Ditadura Militar vigente não permitia. Visitou os presos da Papuda em Brasília (DF), a Favela do Vidigal no Rio e em São Paulo encontrou os trabalhadores.
Hoje parece fácil clamar pela justiça e o direito em nome da dignidade humana, maltratada por uma sociedade rica, porém, injusta. Mas "nos anos de chumbo" desse período de repressão não o era. João Paulo II venceu o protocolo, as conveniências e tudo o mais, para exercer sua missão de anunciar o Evangelho da paz, fruto da justiça. Teve coragem! Aliás, uma de suas características sempre foi a fé com coragem, que fez dele um profeta do conturbado século XX.
Viveu no século de duas guerras terríveis e da queda do totalitarismo comunista, ao qual ele ajudou a derrubar. Teve coragem também ao protestar contra a guerra movida pelo império norte-americano contra o Iraque. Em nome de Deus ele levantou sua voz também contra o neoliberalismo, o qual promove uma globalização sem solidariedade e uma multidão incontável de excluídos.
Talvez pareça exagerada a comoção quando de seu desaparecimento. Como se costuma dizer: morreu o rei, viva o rei ou rei morto, rei posto. Isso não fez sentido em relação a esse Papa. Ninguém é insubstituível, mas ninguém é igual. E ele fazia bem ao mundo com a sua proposta de santidade, defesa dos direitos de Deus e dos homens, do clamor pela preservação da vida, pela paz. Ele se fazia ouvir até mesmo pelos que não gostavam dele, por isso tentaram assassiná-lo. Foi uma liderança sólida em um mundo carente de líderes verdadeiros.
Não podemos esquecer também, em âmbito interno da Igreja, que ela é apostólica. A Tradição nos ensina que a missão apostólica precede a comunidade e a constitui. A apostolicidade fundamenta a existência da comunidade, porque os primeiros missionários, com mandato direto de Jesus, foram os apóstolos. Entre eles Pedro é o principal. E João Paulo II foi sucessor de Pedro na Sé de Roma, a qual preside na caridade e confirma na fé. Neste espírito de fé e caridade ele foi pranteado à luz do círio pascal. E hoje no tempo pascal a Igreja se alegra, proclamando a sua ressurreição ao beatificá-lo: "Quem com Cristo sofre com Ele será glorificado".
Quando alguém morre nossos julgamentos se tornam mais coerentes e corretos sobre o morto. Isso porque em vida vemos atos isolados. Mas na morte de alguém vemos o conjunto de sua vida. Deixamos de examinar o "varejo" para examinar o "atacado". À medida que o tempo passa a grandeza vai aparecendo com mais força. Com João Paulo II foi assim. A história já lhe rende homenagens justas e merecidas. Quem poderá esquecer a grandeza desse Sumo Pontífice, que ousou pedir perdão pelos erros do passado da Igreja, o que foi um dos pontos altos das comemorações do jubileu do ano 2000? Ele provou que a humildade é a virtude dos fortes e dos que têm uma mente sadia, capaz de promover a reconciliação e a paz por meio do perdão. Sem perdão, a justiça será sempre uma maneira de vingança em todas as circunstâncias.
Em uma sociedade moderna ou pós-moderna, mas desencantada, porque percebe que a morte de Deus, tão propalada, acarreta, de certa forma, a morte da pessoa humana, a fortaleza e a alegria de viver de João Paulo II deixaram saudade. Ele era um semeador de esperança.
Na Igreja dos primeiros séculos se dizia que o bispo, sucessor dos apóstolos, exerce seu serviço em nome de Jesus, porque recebe o ofício de embaixador que vem da parte de Deus (cf. São João Crisóstomo in Com. Ad Col. 3,5). Nas vezes em que pude encontrá-lo e falar com ele, me impressionou a profundidade de seu olhar, parecia ver com os olhos de Deus. Mais que nenhum outro bispo João Paulo II foi embaixador de Deus no final do século passado e no início deste novo milênio. Por isso não o esquecemos e a Igreja confirma o dom que Deus lhe deu: a santidade, da qual o mundo sempre teve fome.
Bispo Diocesano de Amparo - SP
Festa da Misericórdia
Ser filho da misericórdia de Deus
Padre Fábio de Melo
Foto: Wesley Almeida/cancaonova
Nada nesta vida pode me emocionar mais do que o coração de Jesus. Pensar que Ele amava como amou, olhar para o jeito como Ele olhava o mundo, como Ele via a miséria humana e tudo aquilo que era feio, triste e desagradável. Essa Canção Nova está cheia, porque todos nós necessitamos ouvir, todos os dias, que Deus nos ama, nos quer bem, que Ele não se cansa de nós. A Canção Nova está repleta de gente, porque todos nós, que experimentamos a miséria, sabemos como é duro viver, como facilmente caímos nas desgraças, como é fácil tornarmos nossa vida um inferno. E a porta da nossa destruição é justamente o momento em que deixamos de nos querer bem. É por isso que a Igreja se preocupa em gritar em alto e bom som que a Deus nos ama.
Deus ama você! Apesar da nossa miséria, essa notícia não muda. É maravilhoso pensar que o movimento do Criador é fazer com que a Sua criatura O perceba, O conheça. A grande graça de Deus é olhar para você e não achar que você é multidão.
Eu não sei quando foi o seu encontro com Jesus; não sei se você O conheceu por meio das histórias que sua mãe lhe contava dEle ou se você escutou que Ele realizava milagres; eu não sei qual foi o caminho que você andou até encontrar a imagem de Jesus Misericordioso nem o que Ele significa para você. Mas eu sei o que essa imagem significa para o Pai.
Ninguém pode compreender o amor senão por intermédio de outra pessoa, pois o amor nós não aprendemos na faculdade com conceitos e teorias. Por isso o Pai fez questão de nos enviar Alguém que ama, um homem responsável, porque conhece a lei. Jesus é um bom judeu, não relativiza a religião, não é um homem que fala bobagens , porque foi bem preparado, foi um menino bem educado, porque Deus fez questão de colocá-Lo como filho de uma mãe que sabia ser mãe. Ele não é um medroso, um mentiroso. É um homem terno, que gosta da vida, gosta tanto dela que é mostrado indo a festas, conversando com amigos. É um homem que não tem preconceitos. Ele foi capaz de ir a lugares inusitados, sentar com pecadores, conversar com miseráveis.
"Hoje, posso dizer que sou filho da Misericórdia" (padre Fábio de Melo)
Foto: Wesley Almeida/cancaonova
As autoridades da época achavam um absurdo o que Jesus Cristo fazia. Jesus tinha um coração cheio de amor, e quem ama de verdade não tem medo de encontrar as pessoas, não tem medo de encontrar os miseráveis. Sabe por que não gostamos de estar diante de um miserável? Porque quando estamos diante dele, nos deparamos também com as nossas misérias.
Jesus foi um homem complexo. Um homem capaz de olhar a aparência e nela não se prender, pois sabia que por trás de uma aparência de repulsa havia um coração necessitado de Deus. Ele se sentava com os leprosos e prostitutas. Ele as convencia de que a vida podia ser nova e diferente. Ele não teve medo de confundir as pessoas mostrando-se tão humano.
Como posso acreditar que um Deus se deixa ser crucificado? Como acreditar num Deus que se senta para comer com quem não vale nada? Como acreditar num Deus aparentemente tão contraditório, tão cheio de paradoxos? Não sei como o Pai entrou em sua vida e lhe apresentou Jesus, mas hoje eu vivo a Festa da Misericórdia com tanta emoção que posso lhe dizer que foi assim que eu O conheci e aprendi que podemos segui-Lo sendo divinos e sendo homens.
Hoje, posso dizer que sou filho da Misericórdia, porque o Deus que eu conheci não é um Deus de fachada, de hipocrisia, mas este Jesus da festa de hoje, que tem essa sedutora face e que diz com tanta coragem, por meio de Santa Faustina, à alma fraca e pecadora: “Não tenha medo de se aproximar de mim, pois mesmo que seus pecados fossem como todos os grãos de areia do universo, seriam nada em meio à imensidão de meu amor”.
Foi para isso que eu me tornei padre, para retirar o seu medo de se aproximar dEle, para ajudá-lo a jogar fora o “câncer espiritual” que cresce dentro de você, alimentado pelo autodesprezo que o pecado coloca dentro de você.
Se Deus amava aqueles que aparentemente não valiam nada, aqueles que eram causa de escândalos, Ele pode amar a mim e a você também. Não há nada que não possa ser curado pela misericórdia de Jesus.
"A misericórdia nunca vai lhe dizer que você é um caso perdido" (padre Fábio de Melo)
Foto: Wesley Almeida/cancaonova
Sabe por que, muitas vezes, desistimos? Porque nos falta religião para nos apoiar. Quando você, na lida do seu dia a dia, precisa redescobrir o seu valor como pessoa, enfrentar as picuinhas da sua alma, as suas mentiras, quando precisa olhar no espelho e ver suas vergonhas, só o que lhe resta é dizer-se: “Deus me ama”.
“Deus me ama” é o contexto de uma vida inteira. O Senhor ama você, porque, antes, Ele amou Lázaro, amou Maria Madalena, Pedro, amou Judas. Deus amou Adão, amou Eva. Ele é misericórdia e por isso eu posso lhe dizer: ninguém o ama como Deus.
Eu, como sacerdote que sou, não tenho o direito, pela condição que me foi colocada, de dizer que você é um caso perdido, pois ao dizer isso, eu estou contradizendo o que, com a misericórdia, eu aprendi, porque eu também posso ser considerado um caso perdido.
A misericórdia nunca vai lhe dizer que você é um caso perdido. Jesus, ao amar, corrige, impõe limites, por isso não se assuste se a misericórdia de Deus lhe for dura. Quanto mais nós amamos uma pessoa, mais queremos colocá-la no equilíbrio. No coração misericordioso de Jesus ainda existe lugar para você.
Se nós acreditarmos, verdadeiramente, que no coração de Deus tem sempre um lugar para nós, vamos mudar as nossas condutas, porque isso é precioso demais.
O anúncio do Evangelho é para nos ajudar a escolher pela vida. Quer saber se você está no caminho certo? É só saber se você está conseguindo dormir bem, colocar a sua cabeça no travesseiro, satisfeito com a ser humano que você é.
Os raios da imagem de Jesus Misericordioso são direcionados para o chão, porque é onde estão as nossas misérias humanas. E eu prefiro, muito mais, ter minhas misérias aos pés de Jesus, a ter minhas vitórias no rabo de diabo.
A pior vaidade que podemos experimentar na vida é a espiritual, daqueles que experimentaram o amor de Deus e se sentem melhor do que aqueles que ainda não passaram por essa experiência. Na cruz, humilhado, mostrando na sua indigência humana, foi o único lugar em que Jesus esteve acima de nós.
A Festa da Misericórdia nos lembra que a nossa família precisa ser a casa da misericórdia, a casa do abraço.
“Senhor, quero ser o instrumento da sua misericórdia. Retire, Senhor, de nosso meio, o ódio, a competição; e coloca o dom de amar, para que sejamos uma célula do seu amor a transformar o mundo, a sociedade.” Coragem! A misericórdia é para você. Faça do seu coração um lugar de amor.
Assembleia CNBB
A dois dias de Assembleia, bispos pedem orações intensificadas
Os bispos do Brasil pedem que os fiéis intensifiquem suas orações pela 49ª Assembleia Geral que reunirá todo o episcopado na cidade de Aparecida (SP), entre os dias 4 e 13 de maio.“Animados e guiados pelo infinito Amor de Deus, nosso Pai, os Bispos do Brasil se reúnem num grande acontecimento: a 49ª Assembleia Geral da CNBB. Estarão em Aparecida cerca de 330 Bispos, de todas as Dioceses do Brasil, para esse encontro de oração, de comunhão, de estudo e de tomada de decisões em conjunto, com a finalidade de servir cada vez melhor, buscando bons caminhos para a Igreja e para o povo brasileiro”, destaca a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no subsídio de oração feito para encontro.
.: Subsídio "Rezemos com os bispos do Brasil reunidos em Aparecida"
Nesta Assembleia Geral, os bispos brasileiros contemplarão a realidade nacional diante das grandes e rápidas mudanças que vem enfrentando. Para a CNBB, a Igreja no Brasil precisa discutir os dilemas que atingem os seres humanos hoje para mostrar o Evangelho como resposta às necessidades do mundo.
“Igreja não é instituição que fica nas nuvens, ou no meio dos anjos. Ela existe para que o mundo possa viver melhor, para curar feridas e apresentar projetos de vida que ajudem cada um a se realizar como filho de Deus, dentro da sua realidade”, ressalta uma das orações do subsídio intitulado “Rezemos com os bispos do Brasil reunidos em Aparecida”.
Todos os católicos são convidados a entrar em sintonia com os bispos em oração e a acompanhar dia a dia, passo a passo, o evento. A CNBB destaca que esta é uma maneira de mostrar que todos em comunhão são responsáveis pela Igreja, unidos numa corrente de fé.
“Propomos temas para conversa, partilha de experiências, reflexão e oração, a serem usados em cada dia, como um modo de acompanhar fraternalmente os nossos bispos”, aconselha a CNBB.
Assembleia dos Bispos começa nesta quarta em Aparecida
Começa, na próxima quarta-feira, 4, em Aparecida (SP), a 49ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Esta será a terceira vez que a CNBB faz sua Assembleia em Aparecida. As duas anteriores aconteceram em 1954 e 1967, respectivamente, 2ª e 8ª Assembleias. Dois temas marcarão, de forma especial, a assembleia deste ano: as eleições e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Serão eleitos, para um mandato de quatro anos, o presidente, vice-presidente e secretário geral. Além destes, os bispos elegerão, também para um mandato de quatro anos, os presidentes das Comissões Episcopais Pastorais, que atualmente são dez. Estes presidentes de Comissões com os três membros da Presidência formam o Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep). O texto das novas Diretrizes, que também têm duração de um quadriênio, foi elaborado por uma Comissão de bispos, presidida pelo arcebispo de São Luís (MA), dom José Belisário da Silva, e assessorada por peritos. A base do texto são as atuais Diretrizes, aprovadas em 2008 incorporando o conteúdo do documento final da V Conferência do Episcopado da América Latina e Caribe, realizada em 2007, em Aparecida (SP), e outros documentos da Igreja publicados desde então, como a recente Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Verbum Domini” do Papa Bento XVI. Outros temas estarão na pauta dos bispos como as Diretrizes para o Diaconato Permanente, assuntos de liturgia, assuntos da Comissão Pastoral para a Doutrina da Fé, situação dos povos indígenas, análise da conjuntura eclesial e social, assuntos de Comunicação, Jornada Mundial da Juventude, 5ª Semana Social Brasileira. A Igreja no Brasil tem 456 bispos, sendo 301 na ativa e 155 eméritos. Estão inscritos para a Assembleia 336 (296 da ativa e 40 eméritos). Outras 119 pessoas participam da Assembleia como assessores, peritos, convidados, colaboradores, prestadores de serviço, totalizando 455 pessoas.
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