domingo, 3 de outubro de 2010

Santo do Dia

3/Outubro
São Francisco de Borja, Confessor
Pertencia a uma das famílias mais nobres da Espanha. Era duque de Gandia e exerceu as elevadas funções de vice-rei da Catalunha. Certa ocasião foi incumbido de acompanhar o transporte do cadáver da imperatriz Isabel, que falecera em Toledo, até Granada, onde se faria o sepultamento. O transporte foi lento e durou 15 dias. No momento de sepultar a imperatriz, o protocolo exigia que fosse aberto o caixão para ser reconhecido o cadáver. Aquela que fora admirada em toda a Cristandade por sua beleza deslumbrante estava reduzida a um amontoado de podridão. Tocado pela graça a propósito daquela cena chocante, Francisco compreendeu a vaidade de toda a glória mundana, e decidiu que se algum dia enviuvasse, se consagraria inteiramente a Deus. Assim de fato aconteceu: enviuvou aos 40 anos de idade, renunciou a todos os seus títulos e bens e ingressou na Companhia de Jesus como filho espiritual de Santo Inácio de Loyola, chegando a ser superior geral daquela família religiosa.

 

Evangelho do dia

Dia Litúrgico: Tempo Comum, Semana XXVII (C), domingo
Evangelho (Lc 17,5-10): Os apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé!». O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria.

»Se alguém de vós tem um servo que trabalha a terra ou cuida dos animais, quando ele volta da roça, lhe dirá: ‘Vem depressa para a mesa?’ Não dirá antes: ‘Prepara-me o jantar, arruma-te e serve-me, enquanto eu como e bebo. Depois disso, tu poderás comer e beber?’ Será que o senhor vai agradecer o servo porque fez o que lhe havia mandado? Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer’».
Comentário: Rev. D. Isidre SALUDES i Rebull (Alforja, Tarragona, Espanha)
Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer
Hoje, Cristo fala-nos mais uma vez de serviço. O Evangelho insiste sempre no espírito de serviço. Para isso, ajuda-nos a contemplação do Verbo de Deus encarnado —o servo de Iavé, de Isaias— que «despojou-se, assumindo a forma de escravo» (Flp 2,2-7). Cristo afirma também: «Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22,27), pois «o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos» (Mt 20,28). Numa ocasião, o exemplo de Jesus concretizou-se realizando o trabalho dos escravos ao lavar os pés dos discípulos. Queria deixar bem claro, com este gesto, que seus seguidores deviam servir, ajudar e, amar-se uns aos outros, como irmãos e servidores de todos, como propõe a parábola do bom samaritano.

Devemos viver toda a vida cristã com sentido de serviço sem crer que estamos fazendo algo extraordinário. A vida familiar, profissional, e social —no mundo político, econômico, etc.— deve estar impregnada desse espírito. «Para servir, servir», afirmava São Josemaria Escrivá; ele queria expressar que para “ser útil” é preciso viver uma vida de serviço generoso e não buscar honras, glórias humanas ou aplausos.

Os antigos afirmavam o “nolentes quaerimus” —«procuramos para os cargos de governo pesoas que não os ambicionam; aqueles que não desejam figurar»— quando deviam fazer nomeações hierárquicas. Esta é a intencionalidade própria dos bons pastores dispostos a servir à Igreja como ela quer ser servida: assumir a condição de servos como Cristo. Recordemos, segundo as palavras de Santo Agostinho, como deve exercer-se uma função eclesial: «Non tam praeesse quam prodesse»; não com o mando ou a presidência, mas com a utilidade e o serviço.

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