segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mensagem do Dia

Segunda, 23 de Janeiro de 2012

O olhar fixo em Jesus é a certeza da vitória

O segredo da vida é caminhar sempre com o olhar fixo em Jesus. Seguramente, ao longo do dia, deparamos com muitas situações que nos fazem esquecer ou até mesmo não acreditar que Jesus está conosco em todos os momentos, por isso precisamos ter a sabedoria de fazer constantemente este exercício: Mesmo que eu não veja ou não sinta, sei que o Senhor está comigo, porque Ele mesmo disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).
Peçamos hoje ao Espírito Santo que nos ajude a mantermos o nosso olhar fixo em Jesus, para d’Ele receber misericórdia e sermos iluminados por Sua luz.
Jesus, eu confio em Vós!
 
  
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Reconstruir e recomeçar

Um desafio enorme para uma sociedade que sabe criar burocracias
As catástrofes causadas pelas chuvas geram sofrimentos que cortam o coração. Compartilhar a dor de sonhos desfeitos, a desolação da perda do que se conquistou com suor e sacrifícios, o sentimento de abandono e impotência, desafiam o coração, a vida, a cidadania. Não é um compartilhamento fácil.

A reação primeira aparece nos gestos de solidariedade que minimizam esses sofrimentos e a penúria da falta de alimentos, roupas, moradias. Consola o coração quando avaliamos, entre outras iniciativas cidadãs e de fé, o empenho do Vicariato Episcopal para Ação Social e Política, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Um trabalho que mobiliza muitas pessoas e conta com a capilaridade de sua rede de comunidades nas paróquias para fazer chegar os primeiros socorros – um verdadeiro testemunho de fé e solidariedade.

A situação cria oportunidade para um olhar clarividente e gestos solidários por parte de todos que podem e devem ajudar os que estão em situação de extrema precisão. É um momento em que não é permitido ficar de longe, de braços cruzados, desfrutando do conforto e da felicidade de não ter sido atingido pelos males causados pelas chuvas. Esta solidariedade tem que conectar a cidadania à compreensão de que a intervenção do poder público, particularmente em âmbito federal, não pode ser considerada como uma ajuda circunstancial e numericamente insignificante diante das necessidades e urgências. Trata-se de uma obrigação e um dever que, na verdade, devem ser cumpridos com ações de prevenção e rapidez em investimentos de infraestrutura, para evitar as surpresas que chegam desmoronando tudo por conta das indicadas e listadas fragilidades.

Esta compreensão situa a cidadania num lugar diferente daquele de se tratar o povo como “ajudados em emergência” para se alcançar e efetivar um entendimento que urge um tratamento diferente. Isto é, um tratamento que define diferentemente as prioridades, premie a capacidade inventiva de quem trabalha, governa e serve. De modo especial, produza e sustente uma cidadania que não fique atrelada e dependente de favores, refém de configurações cartoriais. Que vá além, e ultrapasse o limite próprio e evidente que está na ideologia do partido, que por si é apenas, embora necessário, uma parte.

Esse horizonte, com mais de 180 municípios mineiros em estado de emergência e mais de 60 mil pessoas desalojadas, tendo bem em mente o sacrifício de famílias inteiras e de cada pessoa, nos leva a pensar no longo caminho a ser percorrido, com a reconstrução de casas, ruas, pontes, estradas e outras muitas demandas. Ainda que o tempo tenha melhorado, o comprimento desse caminho não fica encurtado. É preciso lembrar que as necessidades demandam urgências em procedimentos e execuções.

Um desafio enorme para uma sociedade que sabe criar burocracias e tem grande dificuldade de estabelecer rapidez, com eficiência, no atendimento de necessidades e mesmo nos avanços em vista de progressos e do desenvolvimento integral. Esse caminho longo, por si só exigente, é um grito a céu aberto para que as providências sejam tomadas com velocidade para que a vida de tantos volte ao normal e seja como ela deve ser. Há de se incluir, nessa labuta que as chuvas colocaram como desafio, a compreensão de que é hora e oportunidade para recomeçar. Reiniciar, em primeiro lugar, sob o signo da solidariedade, do respeito e do amor, proporcionando a toda a família e, na sociedade, diálogos e discussão dos problemas pensando uma compreensão e vivência cidadãs diferentes e qualificadas. Esse é o ponto de partida insubstituível: a configuração permanente de um humanismo que deve contar com a força da cultura e de seus próprios valores. Imprescindível, pois é preciso aprender com as lições dos sofrimentos. Aproveitar para adotar novos estilos de vida e mudar mentalidades. Mudanças para se buscar o verdadeiro, o belo, o bom e a comunhão cidadã para bem se determinar as opções de consumo, de poupança e de investimentos.

Assim, o caminho da reconstrução, inevitável e inadiável, se torne uma exigência e um imperativo para que se compreenda a cidadania como serviço à pessoa, à cultura, à economia e à política. Determinante seja a política e a atuação dos políticos, em interface indispensável e compreendida como o segredo do êxito, com os outros segmentos da sociedade, alavancados pelo privilégio da rica cultura que subsidia essa história e esse povo tão importantes no cenário nacional.

A reconstrução é uma oportunidade de recomeçar para se ocupar, social e politicamente, o lugar devido que Minas e seu povo merecem.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
 

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