Qual é o tempo que você está vivendo?
Como nos ensinam as Sagradas Escrituras: “Para tudo há momento, e tempo para cada coisa sob o céu: tempo de dar à luz e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de destruir e tempo de construir; tempo de chorar e tempo de sorrir; tempo de lamentar e tempo de dançar; tempo de atirar pedras e tempo de juntar pedras; tempo de abraçar e tempo de evitar o abraço; tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora; tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de falar e tempo de calar” (Ecle 3,1-7).
Qual é o tempo que você está vivendo hoje? Precisamos ter a sabedoria de identificar todos os tempos da nossa vida para vivê-los bem. Cada um deles traz para nós uma graça própria e um ensinamento de vida; e isso nos leva a um constante amadurecimento e a uma profunda intimidade com Deus, quando dispomos o nosso coração ao louvor e à ação de graças, principalmente nos tempos mais difíceis. Tudo é passageiro, só Deus é eterno.
Jesus, eu confio em Vós!
Jesus, eu confio em Vós!
Fazemos parte da verdadeira família dos discípulos de Jesus
Postado por: homilia
Marcos, no início de seu Evangelho, apresentou a tensão entre “sinagoga”, da qual Jesus se afasta, e “casa”, que passa a ser o local de reunião das novas comunidades em torno do Senhor.
Vemos nos textos de Marcos 3,31-35 que Jesus se encontra dentro da casa, Seus parentes do lado de fora e a multidão está ao Seu redor ouvindo-O. Estão reunidos os discípulos e discípulas em torno de Cristo, como também as multidões, que são pessoas do povo, capazes de deixar tudo e segui-Lo: são os aleijados, coxos, pobres, doentes que estão “como ovelhas sem pastor” (cf. Mc 6,34).
Participar da casa é participar do banquete da vida, da aproximação com o outro como espaço de diálogo e compreensão. Para poder entrar na casa é preciso romper com o sistema de opressão que há em nossa sociedade, na medida em que faço do outro instrumento da minha vontade e o coloco em disputa com os demais. A casa é o lugar apropriado para desenhar a proposta que Jesus deseja anunciar e promover o sistema de relação social.
“Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa” (Mc 6,4). As pessoas capazes de compreender a missão de Jesus são aquelas que fazem a experiência d’Ele. Os mais próximos se afastam diante da missão de Jesus, enquanto os mais distantes se aproximam d’Ele e de Sua missão. Aproximar da missão é encontrar-se dentro da casa e reconhecer em Jesus a presença do Reino de Deus. É preciso compreender os gestos e não ter o coração endurecido. Os que estão fora da casa são os adversários que querem interromper a missão, concordando com uma ideologia que domina as pessoas e que controla o sistema opressor.
No relato de Marcos 3,20-21 encontramos que o “estar na casa” é o principal foco e eixo de partida, enquanto que nos versículos 31-35, o grande eixo é a pergunta: “Quem é minha mãe e meus irmãos?” Jesus se sente próximo e familiar a todos que se deixam envolver por Seu projeto. O grau de parentesco é como que um título para que se possa fazer parte da nova comunidade, que requer acima de tudo fidelidade. Enquanto anteriormente a preocupação da família era a incompreensão da missão de Jesus, que tinha a família como eixo estrutural, agora Jesus nos diz: “…eis a minha mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mc 3,34-35), procurando derrubar a ordem social e provocar ruptura com sua família de sangue. “Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando do lado de fora…” (Mc 3,31) enquanto que a multidão se encontra sentada em torno do lado de Jesus “ (Mc 3,32).
Jesus se recusa a aceitar quem não aceita Sua missão!
Perante uma atitude de vida incoerente, na qual o projeto de Deus não é assumido e a discriminação se torna mais forte, Jesus faz um questionamento: “quem é minha mãe e meus irmãos?” (Mc 3,33). Se eles não conseguem aceitar a missão de Jesus, Este também não os reconhece como parentes. É preciso ser obediente a Deus, porque no centro está o ser humano e suas necessidades. Estar sentado à Sua volta é estar atento aos Seus ensinamentos: “Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. Marta estava ocupada com muitos afazeres. Aproximou-se e falou: «Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!» O Senhor, porém, respondeu: «Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.»” (Lc 10,38-42).
É a unidade em Jesus que se deve fazer evidente numa opção de vida, numa instauração de uma família, como também na vida; viver a vida com adesão ao projeto de Deus e na construção de um mundo novo, no qual a esperança nos mova para frente para podermos chegar “…a uma terra fértil e espaçosa, terra onde corre leite e mel”.
O evangelista Marcos nos deixa claro aqui que o importante é entrar na casa e conversar, dialogar e participar da vida com o outro. Assim, a comunidade do discipulado será a nova família que queremos formar.
Portanto, as palavras de Jesus questionando quem é sua mãe e quem são seus irmãos têm o sentido de revelar que o dom de Deus, n’Ele presente, não se restringe a laços consanguíneos privilegiados. Jesus substitui estes laços estabelecidos na tradição pelos laços do amor verdadeiro e sem fronteiras, que vão muito além dos limites de família ou raça. A verdadeira família é aquela constituída por pessoas que, fazendo a vontade de Deus, tornam-se discípulas de Jesus. A família consanguínea, pelo amadurecimento do amor, abre-se e solidariza-se com os mais excluídos e empobrecidos.
Padre Bantu Mendonça
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos
Formações
Confissão: fortaleza contra as investidas do maligno
Jesus nos cura da paralisia espiritual
Todos os pormenores que envolveram a cura do paralítico (cf. Mc 2,1-12) são profundamente significativos. Aquela doença era bem o símbolo da paralisia espiritual e Jesus, com Seu poder divino, cura a moléstia do corpo e da alma. Com efeito, aquele homem saiu andando, carregando a cama em que o trouxeram até Cristo, que realizou algo ainda mais admirável ao lhe restituir a saúde da alma: “Teus pecados estão perdoados”.
Após Sua Ressurreição, Cristo, que demonstrou peremptoriamente Sua divindade, outorgaria esta faculdade aos apóstolos: “A quem perdoardes os pecados, estes lhes serão perdoados” (Jo 20,23). Era a instituição do sacramento da penitência, o sacramento da libertação. Quando alguém diz que vai se confessar não se trata de um ato qualquer como ir ao dentista ou a qualquer consultório médico, o que já indica um mal corporal, mas atitude que se torna necessária para recuperar o bem-estar físico.
Entretanto, o sacramento da reconciliação opera uma cura muito mais premente, que não admite nenhuma dilação, pois se trata do reencontro pessoal com Aquele que ama o que errou muito além de sua expectativa. Esse sacramento oferece o perdão das faltas veniais ou graves, sendo remédio espiritual que fortalece o cristão para os embates contra as investivas do maligno. Sana as falhas das eivas provenientes dos pecados capitais, sobretudo, do defeito dominante.
O sacerdote é apenas um instrumento do Redentor, pois pronuncia, em Seu nome, a fórmula da absolvição. É Jesus quem cura a paralisia espiritual e ajuda para a caminhada rumo a Jerusalém celeste, impedindo as más decisões e as indecisões diante dos ataques demoníacos. O arrependimento sincero é uma volta medicinal aos erros passados, mas, sobretudo, uma largada para frente, para vitórias fulgurantes, obstando o cristão a desistir do mal, na prática das virtudes, na fidelidade à observância dos mandamentos, no anelo ardente de estar com Deus por toda a eternidade. Tira-se um fardo pesado e se imerge no oceano do amor infinito do Ser Supremo.
Percebe-se então que há uma diferença enorme entre o perdão dos homens e o do Criador, pois este é total. O Todo-Poderoso falou por intermédio do profeta Isaías: “Eu não me lembrarei mais dos teus pecados” (Is 43,25). Perdão completo que apaga as manchas devidas à fragilidade humana, benesse ofertada pelo grande amor do Senhor, que é a bondade infinita. Cumpre lembrar que o ato de dileção dos amigos do paralítico permitiu seu encontro com Jesus, encontro que resultou em consequências tão maravilhosas.
Este é um apostolado muito abençoado por Jesus, levar os que estão nas trevas do erro para a luz da anistia divina. Aqueles que se comprimiam ao redor do Redentor tinham uma confiança formidável n'Ele. Cristo, que lia os corações, percebia a fidúcia que neles reinava. Primeiro, foram perdoados os pecados daquele doente, depois se seguiu sua cura. Eis porque, sobretudo, por ocasião de alguma moléstia, é preciso, antes de tudo, colocar a consciência em paz, mesmo porque os medicamentos só produzirão seu efeito total quando a tranquilidade e a imperturbabilidade imperam dentro do coração. Este não deve estar bloqueado, dado que é todo processo psicossomático que necessita ser restaurado.
Os empecilhos que levam à paralisia espiritual podem vir de um passado infeliz, e tudo que esteja lá no inconsciente precisa ser aflorado, ou de um espírito rancoroso, revoltado, amargo que necessita se envolver num perdão cordial ou ainda dos muitos cuidados, ambições terrenas, paixões desregradas, situações familiares, profissionais. Numerosas são as causas que podem impedir o encontro com Jesus. Um sincero exame de consciência é a melhor de todas as terapias.
Com habilidade, diplomacia e muita caridade os bons cristãos podem, de fato, ajudar os amigos a encontrarem o Médico Divino, apostolado admirável, meritório para o dia do juízo final. Adite-se ser de um valor imenso as preces pela conversão dos pecadores. Jesus deseja perdoar a todos, mas respeita a liberdade de nos aproximarmos d'Ele ou não, e conta com o interesse dos verdadeiros cristãos que levem outros até Ele.
Representante de Cristo, o padre no confessionário exerce um tríplice papel. Ele é Juiz e, na verdade quantos, às vezes, pensam estar numa triste situação espiritual e, no entanto, necessitam apenas de pequenos ajustamentos vivenciais. Médico, ele cura enfermidades da alma. Nem sempre o mesmo remédio pode ser aplicado a idêntico tipo de doença, sendo morte para um o que é saúde para o outro. É o que se dá também na esfera espiritual: o confessor, habilmente, diagnostica o que se passa com quem o procura em busca de paz interior, oferecendo-lhe o medicamento adequado. Mestre, ele guia e aponta as veredas salvíficas; tudo isso em nome de Jesus, que tem poder de perdoar pecados.
Após Sua Ressurreição, Cristo, que demonstrou peremptoriamente Sua divindade, outorgaria esta faculdade aos apóstolos: “A quem perdoardes os pecados, estes lhes serão perdoados” (Jo 20,23). Era a instituição do sacramento da penitência, o sacramento da libertação. Quando alguém diz que vai se confessar não se trata de um ato qualquer como ir ao dentista ou a qualquer consultório médico, o que já indica um mal corporal, mas atitude que se torna necessária para recuperar o bem-estar físico.
Entretanto, o sacramento da reconciliação opera uma cura muito mais premente, que não admite nenhuma dilação, pois se trata do reencontro pessoal com Aquele que ama o que errou muito além de sua expectativa. Esse sacramento oferece o perdão das faltas veniais ou graves, sendo remédio espiritual que fortalece o cristão para os embates contra as investivas do maligno. Sana as falhas das eivas provenientes dos pecados capitais, sobretudo, do defeito dominante.
O sacerdote é apenas um instrumento do Redentor, pois pronuncia, em Seu nome, a fórmula da absolvição. É Jesus quem cura a paralisia espiritual e ajuda para a caminhada rumo a Jerusalém celeste, impedindo as más decisões e as indecisões diante dos ataques demoníacos. O arrependimento sincero é uma volta medicinal aos erros passados, mas, sobretudo, uma largada para frente, para vitórias fulgurantes, obstando o cristão a desistir do mal, na prática das virtudes, na fidelidade à observância dos mandamentos, no anelo ardente de estar com Deus por toda a eternidade. Tira-se um fardo pesado e se imerge no oceano do amor infinito do Ser Supremo.
Percebe-se então que há uma diferença enorme entre o perdão dos homens e o do Criador, pois este é total. O Todo-Poderoso falou por intermédio do profeta Isaías: “Eu não me lembrarei mais dos teus pecados” (Is 43,25). Perdão completo que apaga as manchas devidas à fragilidade humana, benesse ofertada pelo grande amor do Senhor, que é a bondade infinita. Cumpre lembrar que o ato de dileção dos amigos do paralítico permitiu seu encontro com Jesus, encontro que resultou em consequências tão maravilhosas.
Este é um apostolado muito abençoado por Jesus, levar os que estão nas trevas do erro para a luz da anistia divina. Aqueles que se comprimiam ao redor do Redentor tinham uma confiança formidável n'Ele. Cristo, que lia os corações, percebia a fidúcia que neles reinava. Primeiro, foram perdoados os pecados daquele doente, depois se seguiu sua cura. Eis porque, sobretudo, por ocasião de alguma moléstia, é preciso, antes de tudo, colocar a consciência em paz, mesmo porque os medicamentos só produzirão seu efeito total quando a tranquilidade e a imperturbabilidade imperam dentro do coração. Este não deve estar bloqueado, dado que é todo processo psicossomático que necessita ser restaurado.
Os empecilhos que levam à paralisia espiritual podem vir de um passado infeliz, e tudo que esteja lá no inconsciente precisa ser aflorado, ou de um espírito rancoroso, revoltado, amargo que necessita se envolver num perdão cordial ou ainda dos muitos cuidados, ambições terrenas, paixões desregradas, situações familiares, profissionais. Numerosas são as causas que podem impedir o encontro com Jesus. Um sincero exame de consciência é a melhor de todas as terapias.
Com habilidade, diplomacia e muita caridade os bons cristãos podem, de fato, ajudar os amigos a encontrarem o Médico Divino, apostolado admirável, meritório para o dia do juízo final. Adite-se ser de um valor imenso as preces pela conversão dos pecadores. Jesus deseja perdoar a todos, mas respeita a liberdade de nos aproximarmos d'Ele ou não, e conta com o interesse dos verdadeiros cristãos que levem outros até Ele.
Representante de Cristo, o padre no confessionário exerce um tríplice papel. Ele é Juiz e, na verdade quantos, às vezes, pensam estar numa triste situação espiritual e, no entanto, necessitam apenas de pequenos ajustamentos vivenciais. Médico, ele cura enfermidades da alma. Nem sempre o mesmo remédio pode ser aplicado a idêntico tipo de doença, sendo morte para um o que é saúde para o outro. É o que se dá também na esfera espiritual: o confessor, habilmente, diagnostica o que se passa com quem o procura em busca de paz interior, oferecendo-lhe o medicamento adequado. Mestre, ele guia e aponta as veredas salvíficas; tudo isso em nome de Jesus, que tem poder de perdoar pecados.
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos
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