CNBB apresenta versão oficial da tradução do Hino do Ano da Fé
Após um cuidadoso trabalho de
tradução e revisão, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
divulga a versão oficial do Hino da Fé para o Brasil. Trata-se de uma
iniciativa das Comissões Episcopais Pastorais para a Liturgia e para a
Doutrina da Fé, para que a canção seja usada pela Igreja no Brasil
durante este Ano da Fé.
A seguir, reproduzimos o texto enviado pelas comissões, com um breve comentário sobre a canção.
CREIO, Ó SENHOR!
Breve comentário ao hino do Ano da Fé
Conhecemos
bem o quanto a música e o canto são importantes para a compreensão e o
aprofundamento das ideias, e o quanto são úteis para a divulgação de
campanhas e de projetos. Seguindo o convite do Santo Padre, “queremos
celebrar este Ano de forma digna e fecunda” (PF, 8). Por isso, o Ano da
Fé não poderia ficar sem seu hino. Dele esperamos que ajude a marcar
este “tempo de particular reflexão e redescoberta da fé” (PF, 4).
Divulgado
pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, o hino circulou
rapidamente pela internet, inclusive em uma versão portuguesa. Os
assessores das Comissões Episcopais Pastorais para a Liturgia e para a
Doutrina da Fé prepararam esta versão brasileira. Depois de avaliada
pelos presidentes dessas Comissões e pelo Secretário Geral da CNBB,
tornamos pública, para que seja usada pela Igreja no Brasil durante este
Ano da Fé.
A
súplica do pai que apresentou seu filho para ser curado por Jesus – “Eu
creio, mas aumentai a minha fé” (Mc 9,24) – é assumida por todos nós.
Desse modo, o hino é um grande pedido pela renovação e pelo crescimento
da fé. Há uma particularidade a ser notada: a primeira parte da súplica
está no singular: “creio, ó Senhor”. E a segunda parte está no plural:
“aumenta nossa fé”. Assim se destacam os vários aspectos da fé, que são
aprofundados pelo Papa no número 10 da Porta Fidei: ao mesmo tempo ela é
pessoal e eclesial, é um ato pessoal e tem conteúdo “objetivo”.
Outro
elemento que se destaca pela repetição é a expressão “caminhamos”, que
ocorre no início de cada estrofe. Na mesma Porta Fidei, Bento XVI nos
recorda que, uma vez atravessado o limiar da porta, por meio do batismo,
abre-se diante de nós um caminho que dura a vida toda e que se conclui
com a passagem para a vida eterna (PF, 1). O povo brasileiro se
identifica muito com as romarias, peregrinações, procissões e
caminhadas. Elas são um símbolo da peregrinação espiritual que toda a
nossa existência cristã: “não temos aqui cidade permanente, mas andamos à
procura da que está para vir” (Hb 13,14). O modo como caminhamos é
destacado de modo diferente a cada nova estrofe: cheios de esperança,
frágeis e perdidos, cansados e sofridos, sob o peso da cruz, atentos ao
chamado, com os irmãos e as irmãs. É um caminho feito em companhia,
desafiador, é certo, mas dirigido pelas marcas dos passos de Nosso
Senhor, como bem recorda a estrofe 4.
O
caminhar da Igreja é marcado, portanto, pelos mistérios da vida de
Cristo, reflexos do grande Mistério Pascal. Na sequência, nos são
recordados: o Advento, o Natal, a Quaresma, a Páscoa, Pentecostes e o
Reino definitivo. Do mistério do Filho de Deus feito homem é que a
Igreja vive permanentemente. É a comunhão com Ele que orienta e anima
toda a caminhada eclesial ao longo da história e, na grande comunhão dos
santos, é também o que anima cada um dos fieis, pessoalmente.
Alguns
títulos de Cristo são evocados, junto com os mistérios. Filho do
Altíssimo, estrela da manhã, mão que cuida e que cura, o Vivente que não
morre, Palavra, esperança da chegada. Desse modo o Mistério do Filho de
Deus feito nosso irmão impregna toda a existência dos cristãos, na
Igreja. Assim ele nos anima no caminho e nos conduz para a meta.
Esse
caminhar é feito em companhia. Como companheiros são recordados, na
sequência das estrofes: os Santos que “caminham entre nós”, Maria, “a
primeira dos que creem”, os pobres que “esperam à porta”, os humildes
que “querem renascer”, a Igreja que “anuncia o Evangelho”, o mundo, no
qual se encontram sinais do Reino que “está entre nós”. Esta grande
companhia de fé nos permite muitas e profundas reflexões: a comunhão dos
santos, o significado da presença da Mãe de Jesus na vida da Igreja, os
pobres, nos quais podemos servir ao próprio Cristo e pagar-lhe amor com
amor, o espírito das bem-aventuranças expresso nos “humildes”. Como
resume a última estrofe, trata-se da companhia de fé, de esperança e de
amor que é a Igreja.
A
consciência de que o hino expressa a súplica da Igreja que quer ser
renovada na fé é expressa nos termos com os quais se conclui cada
estrofe: pedimos, oramos, invocamos, suplicamos, rogamos, clamamos. A
renovação eclesial e o impulso para a nova evangelização, objetivos
principais do Ano da Fé (PF, 7-8), não serão alcançados simplesmente por
nosso esforço. São dons da graça divina, que devemos suplicar com
humildade e buscar com toda energia.
Valha-nos sempre a proteção da Virgem Maria, bem-aventurada porque acreditou (Lc 1,45).
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