De todas as perseguições ela saiu purificada e engrandecida
Cultura do encontro é um programa de felicidade, diz bispo
André Alves
Da Redação
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Dom Bernardino Marchió é bispo de Caruaru (PE)
"A proximidade toma forma de diálogo e cria uma cultura do encontro"; "vamos ao encontro daqueles que têm ainda mais necessidade"; "somos chamados a promover a cultura do encontro". Com estas e outras palavras, o Papa Francisco não tem poupado esforços para propagar a cultura do encontro, tão enfatizada por ele, especialmente durante a JMJ Rio2013.
Uma proposta com origem nos Evangelhos e que, de acordo com o Bispo de Caruaru (PE), Dom Bernardino Marchió, trata-se de um caminho que conduz à felicidade, visto que o homem foi feito para o encontro.
"As pessoas são feitas para comunicação", disse Dom Bernardino que, citando o Papa, afirmou que o relacionamento com o outro é a "maior verdade" existente na terra. "Esse relacionamento é o que me dá a alegria de viver. Se vou me fechando e não olho para os valores que os outros têm, fico cada vez mais pobre".
Dom Bernardino explica que a cultura do encontro é uma forma de viver o Evangelho com intensidade, deixando-se guiar pela Palavra de Deus e permitindo ser transformado por ela.
Essa transformação, segundo o bispo, é individual, mas deve contagiar a família. Esta, por sua vez, "deve abrir os olhos das crianças, dos adolescentes, dos jovens para o outro. Mostrar que os filhos vivem num contexto de sociedade, que vivem com outras pessoas", considerou.
Após a família, deve vir a escola que, para o bispo, é formadora de pessoas empenhadas em trabalhar para o bem da sociedade, e "não pessoas egoístas". Por fim, reforçou a missão eclesial: "Todo o trabalho da Igreja deve estar empenhado a formar as pessoas para o encontro com o outro".
E uma cultura do encontro “virtual”, é possível?
Segundo Dom Bernardino, sim! É possível que a proposta de Francisco chegue também aos ambientes virtuais. Também na internet existem pessoas necessitadas de "presença", mesmo que seja virtual. Para o bispo, é necessário aproveitar todos os meios para se promover encontros.
No entanto, ele ressalta a necessidade de orientar as pessoas para a abertura, rejeitando o fechamento virtual. Para ele, os educadores - Igreja, pais, professores e etc - devem mostrar a beleza dessas comunicações virtuais, mas educar as pessoas para o bom proveito desse instrumento.
“É um desafio que nós devemos enfrentar na nossa pastoral. Valorizar tudo isso, mas ao mesmo tempo mostrar os limites. A cultura do encontro nos leva a reconhecer que existem muitas maneiras de se comunicar e quem quer verdadeiramente valorizar o encontro com o outro não se apega só a uma forma”, disse o bispo.
Francisco reafirma a cultura do encontro
Recentemente o Papa Francisco voltou a defender a cultura do encontro durante a visita do Catholicos da Igreja Ortodoxa siria-malankara, Sua Santidade Moran Baselios Marthoma Paulose II.
Na ocasião, o Pontífice reafirmou que, "também no caminho ecumênico, há que superar preconceitos e visões restritivas que fazem parte da cultura da confrontação, fonte de divisão, para dar espaço à cultura do encontro, que leve à compreensão recíproca, em direção à unidade".
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