Quem é o Espírito Santo? Papa explica na Catequese de hoje
Catequese
“Jesus veio para nos dar esta ‘água viva’ que é o Espírito Santo, para que a nossa vida seja guiada por Deus”
O tempo pascal vivido pela Igreja nestes
dias até o Pentecostes é “por excelência o tempo do Espírito Santo”,
afirmou o Papa Francisco na Catequese desta quarta-feira, 8, na Praça de
São Pedro, no Vaticano.
Mas quem é o Espírito Santo? questionou o
Santo Padre. Segundo o Pontífice, a primeira verdade a qual os cristãos
aderem na oração do Creio, é que o Espírito Santo é Senhor.
“Ele é verdadeiramente Deus, como são o
Pai e o Filho (…) é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é o grande
dom do Cristo ressuscitado que abre as nossas mentes e nossos corações
à fé em Jesus como Filho enviado pelo Pai, que nos leva à amizade e à
comunhão com Deus”, explicou.
O Papa afirmou que o homem de todos os
tempos e lugares anseia por uma vida plena e justa, é como um viajante
que, atravessando os desertos da vida, “tem sede de água viva” para
saciar seu profundo desejo de luz, de amor, de beleza e paz.
Neste sentido, o Papa destacou que o Espírito Santo é a “fonte inesgotável da vida de Deus em nós”.
“Jesus veio para nos dar esta ‘água
viva’ que é o Espírito Santo, para que a nossa vida seja guiada por
Deus, animada por Ele e alimentada por Ele”, ressaltou.
Nesse ponto, o Papa levou os fiéis a refletirem “por que esta água pode saciar plenamente a nossa sede?”
E explicou que essa Água viva, que é o
Espírito Santo, habita em cada pessoa e a purifica e renova para que ela
se torne participante da própria vida de Deus. “O Espírito Santo nos
introduz à vida divina como ‘filhos no Filho Unigênito’”.
Papa Francisco afirmou que este é o dom
precioso que o Espírito Santo coloca em cada coração: “a própria vida de
Deus, vida de verdadeiros filhos”.
“É por isso que a água viva, que é
Espírito Santo, sacia a nossa vida, porque nos diz que somos amados por
Deus como filhos, que podemos amar Deus como filhos e que por sua graça
podemos viver como filhos de Deus, como Jesus”, destacou.
Por fim, Francisco fez um convite aos
fiéis para se deixar guiar pelo Espírito Santo. “Que Ele nos fale ao
coração e nos diga isto: que Deus é amor, que Deus nos espera, que Deus é
Pai, que nos ama como um verdadeiro Pai”.
“O trabalho deve dar dignidade à pessoa”, diz Papa Francisco
Catequese
Catequese na festa de São José Operário e dia do trabalho
Nesta quarta-feira, 1º, Festa de São
José Operário e Dia do Trabalho, o Papa Francisco fez sua Catequese na
Praça de São Pedro, no Vaticano junto a milhares de peregrinos
provenientes de todas as partes do mundo.
O Santo Padre refletiu sobre a dignidade
e a importância do trabalho, visto que o próprio Jesus aprendeu o
ofício de carpinteiro de seu pai José, “dividindo com ele seus
compromissos, esforços, satisfação e as dificuldades do dia a dia”.
O Papa destacou que o trabalho é
fundamental para a dignidade de uma pessoa. “O trabalho nos plenifica de
dignidade, nos torna semelhantes a Deus, que trabalhou e trabalha, age
sempre (cf. Jo 5:17), dá a capacidade de nos manter, manter nossa
família, contribuir para o crescimento da nação”.
E fazendo um apelo àqueles que tem a
responsabilidade de administrar o bem comum, o Santo Padre dirigiu um
convite à solidariedade e ao encorajamento. “Para fazer todo esforço
para dar novo impulso às oportunidades de trabalho; isto significa
preocuparem-se pela dignidade das pessoas; mas sobretudo, quero dizer
não percam a esperança; também São José teve momentos difíceis, mas
jamais perdeu a fé e soube superá-las, na certeza que Deus não
abandona.”
Em seguida, o Papa falou diretamente à
juventude: “Quero dirigir-me em particular a vocês adolescentes e
jovens: empenhem-se nos seus deveres diários, nos estudos, no trabalho,
nas relações de amizade, nas ajudas ao próximo; o futuro de vocês
depende também de como vocês saberão viver estes preciosos anos da vida.
Não tenham medo do compromisso e não olhem com medo para o futuro;
mantenham viva a esperança: existe sempre uma luz no horizonte.”
Na Catequese, o Papa Francisco alertou
ainda sobre a situação do trabalho escravo que existe ainda hoje na
sociedade. “Quantas pessoas, em todo o mundo, são vítimas deste tipo de
escravidão, na qual é a pessoa que serve ao trabalho, enquanto deveria
ser o trabalho a oferecer um serviço à pessoa para que ela tenha
dignidade. Peço aos irmãos e irmãs na fé e a todos os homens e mulheres
de boa vontade uma decidida tomada de posição contra o tráfico de
pessoas, no âmbito do qual está o “trabalho escravo”.
E recordando o mês dedicado à Nossa
Senhora, o Papa fez um convite aos fiéis para que rezem o terço.
“Aproveitemos o mês de maio para reforçar a consciência da importância e
beleza da oração do terço, que permite aprender de Nossa Senhora a
contemplar os mistérios da vida de Jesus, percebendo sempre mais a Sua
presença junto de nós”.
Igreja é comunidade do “sim”, porque nasce do amor de Cristo, diz Papa
Missa na Casa Santa Marta
“Que o Espírito Santo nos assista sempre para nos tornar comunidade de amor a Jesus que tanto nos amou”
Rádio Vaticano
A Igreja é uma comunidade do “sim”,
porque nasce do amor de Cristo. Foi o que disse o Papa Francisco, na
manhã desta quinta-feira, 2, na homilia da Missa celebrada na Capela da
Casa Marta, da qual participaram funcionários dos Museus Vaticanos.
O Papa Francisco deu destaque aos
primeiros passos da Igreja que, depois de Pentecostes, saiu para se
dirigir às “periferias da fé” a anunciar o Evangelho. O Espírito Santo,
disse ele, faz duas coisas: primeiro impulsiona, criando inclusive
discórdias; depois, harmoniza a Igreja. Foi o que aconteceu em
Jerusalém, entre os primeiros discípulos com tantas opiniões sobre o
acolhimento dos pagãos na Igreja.
Há quem dizia “sim” e quem dizia “não”,
recordou o Pontífice, dizendo: “O Espírito Santo devia fazer a segunda
tarefa, harmonizar todas essas posições, a harmonia da Igreja. Trata-se
de um belo trabalho que o Espírito Santo faz sempre na história. E
quando nós não O deixamos trabalhar, começam as divisões na Igreja, as
seitas, todas essas coisas, porque estamos fechados à verdade do
Espírito”.
Jesus, acrescentou o Papa, pede a todos
nós que permaneçamos no Seu amor. Eis, então, que, deste amor, nasce a
obediência aos mandamentos. Esta é a comunidade cristã do ‘sim’, que
permanece no amor de Cristo. É este amor, afirmou ainda o Pontífice, que
nos leva à fidelidade ao Senhor:
“É uma comunidade do ‘sim’, e os ‘nãos’
são consequência deste “sim”. Peçamos ao Senhor que o Espírito Santo nos
assista sempre para nos tornar comunidade de amor, de amor a Jesus que
tanto nos amou. E deste ‘sim’, realizar os mandamentos. E nos defenda da
tentação de nos tornar, talvez, puritanos, no sentido etimológico da
Palavra, de buscar uma pureza ‘paraevangélica”.
O Papa concluiu afirmando que “quando
uma comunidade cristã vive no amor, confessa seus pecados, adora o
Senhor, perdoa as ofensas. E tem caridade para com o outro.”
Nhá Chica de Baependi (beatificada em 4 maio 2013)
O que é um milagre?
Existem definições de todos os tipos: algo que vai contra as leis da natureza, intercessões em momentos de crise profunda, coisas cientificamente impossíveis, etc.
Eu tenho minha própria definição: milagre é aquilo que enche o nosso coração de paz. Ás vezes se manifesta sob forma de uma cura, de um desejo atendido, não importa – o resultado é que, quando o milagre acontece, sentimos uma profunda reverência pela graça que Deus nos concedeu.
Existem definições de todos os tipos: algo que vai contra as leis da natureza, intercessões em momentos de crise profunda, coisas cientificamente impossíveis, etc.
Eu tenho minha própria definição: milagre é aquilo que enche o nosso coração de paz. Ás vezes se manifesta sob forma de uma cura, de um desejo atendido, não importa – o resultado é que, quando o milagre acontece, sentimos uma profunda reverência pela graça que Deus nos concedeu.
Há vinte e tantos anos atrás, quando eu vivia meu período hippie,
minha irmã me convidou para ser padrinho de sua primeira filha. Adorei o
convite, fiquei contente que ela não me pediu para que cortasse os
cabelos (naquela época, chegavam até a cintura), nem me exigiu um
presente caro para a afilhada (eu não teria como comprar).
A filha nasceu, o primeiro ano se passou, e o batizado não acontecia nunca. Achei que minha irmã tinha mudado de idéia, fui perguntar o que havia acontecido, e ela respondeu: “Você continua padrinho. Acontece que eu fiz uma promessa para Nhá Chica, e quero batizá-la em Baependi, porque ela me concedeu uma graça”.
A filha nasceu, o primeiro ano se passou, e o batizado não acontecia nunca. Achei que minha irmã tinha mudado de idéia, fui perguntar o que havia acontecido, e ela respondeu: “Você continua padrinho. Acontece que eu fiz uma promessa para Nhá Chica, e quero batizá-la em Baependi, porque ela me concedeu uma graça”.
Não sabia onde era Baependi, e jamais tinha escutado falar de Nhá
Chica. O período hippie passou, eu me tornei executivo de gravadora,
minha irmã teve uma outra filha, e nada de batizado. Finalmente, em
1978, a decisão foi tomada, e as duas famílias – dela e de seu ex-marido
– foram a Baependi. Ali eu descobri que a tal Nhá Chica, que não tinha
dinheiro nem para seu próprio sustento, havia passado 30 anos
construindo uma igreja e ajudando os pobres.
Eu vinha de um período muito turbulento em minha vida, e já não
acreditava mais em Deus. Ou melhor, dizendo, já não achava que procurar o
mundo espiritual tinha muita importância: o que contava eram as coisas
deste mundo, e os resultados que pudesse conseguir. Tinha abandonado
meus sonhos loucos da juventude – entre os quais, ser escritor – e não
pretendia voltar a ter ilusões.
Estava ali naquela igreja para apenas cumprir um dever social; enquanto esperava a hora do batizado, comecei a passear pelos arredores, e terminei entrando na humilde casa de Nhá Chica, ao lado da igreja. Dois cômodos, e um pequeno altar, com algumas imagens de santos, e um vaso com duas rosas vermelhas e uma branca.
Estava ali naquela igreja para apenas cumprir um dever social; enquanto esperava a hora do batizado, comecei a passear pelos arredores, e terminei entrando na humilde casa de Nhá Chica, ao lado da igreja. Dois cômodos, e um pequeno altar, com algumas imagens de santos, e um vaso com duas rosas vermelhas e uma branca.
Num impulso, diferente de tudo o que eu pensava na época, fiz um
pedido: se, algum dia, eu conseguir ser o escritor que queria ser e já
não quero mais, voltarei aqui quando tiver 50 anos, e trarei duas rosas
vermelhas e uma branca.
Apenas para me lembrar do batizado, comprei um retrato de Nhá Chica.
Na volta para o Rio, o desastre: um ônibus pára subitamente na minha
frente, eu desvio o carro numa fração de segundo, o meu cunhado também
consegue desviar, o carro que vem atrás se choca, há uma explosão,
vários mortos. Estacionamos na beira da estrada, sem saber o que fazer.
Eu procuro no bolso um cigarro, e vem o retrato de Nhá Chica. Silencioso
em sua mensagem de proteção.
Ali começava minha jornada de volta aos sonhos, à busca espiritual, à
literatura, e um dia eu me vi de novo no Bom Combate, aquele que você
trava com o coração cheio de paz, porque é resultado de um milagre.
Nunca me esqueci das três rosas. Finalmente, os cinqüenta anos – que
naquela época pareciam tão distantes – terminaram chegando.
E quase passam. Durante a Copa do Mundo, fui a Baependi pagar minha
promessa. Alguém me viu chegando em Caxambu (onde pernoitei), e um
jornalista veio me entrevistar. Quando eu contei o que estava fazendo
ali, ele pediu:
- Fale sobre Nhá Chica. O corpo dela foi exumado esta semana, e o processo de beatificação está no Vaticano. As pessoas precisam dar seu testemunho.
- Não – disse eu. – É uma história muito íntima. Só falaria se recebesse um sinal.
E pensei comigo mesmo: “O que seria um sinal? Só mesmo se alguém falasse em nome dela!”
- Fale sobre Nhá Chica. O corpo dela foi exumado esta semana, e o processo de beatificação está no Vaticano. As pessoas precisam dar seu testemunho.
- Não – disse eu. – É uma história muito íntima. Só falaria se recebesse um sinal.
E pensei comigo mesmo: “O que seria um sinal? Só mesmo se alguém falasse em nome dela!”
No dia seguinte, peguei o carro, as flores, e fui a Baependi. Parei
um pouco distante da igreja, lembrando o executivo de gravadora que
estivera ali tanto tempo antes, e as muitas coisas que tinham me
conduzido de volta. Quando ia entrando na casa, uma mulher jovem saiu de
uma loja de roupas:
- Vi que seu livro “Maktub” é dedicado a Nhá Chica – disse ela. – Garanto que ela ficou contente.
- Vi que seu livro “Maktub” é dedicado a Nhá Chica – disse ela. – Garanto que ela ficou contente.
E não me pediu nada. Mas aquele era o sinal que eu estava esperando. E este é o depoimento público que eu precisava dar.
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