quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mensagem do Dia

Quinta, 29 de Setembro de 2011

Quem confia nas próprias forças vive iludido

Deus sabe tirar de tudo um bem. A história de Abel, que elimina Caim, seu irmão; a de José do Egito, que é vendido por seus irmãos; bem como a própria história de Jesus e também a de nosso tempo é cheia de violência. O que vemos com essas realidades é a presença de muitos homens que tentam de todos os modos se libertar de outros que os incomodavam de alguma forma, não ouvindo a Deus e deixando-se conduzir pelos próprios caminhos e instintos.
No entanto, a Palavra de Deus nos alerta: ”Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana enquanto o seu coração se afasta do Senhor” (Jeremias 17,5).
Pois os projetos dos homens não são decisivos e não têm a última palavra. Tudo está nas mãos de Deus Pai, pleno de bondade, luz e misericórdia, que tudo encaminha para o nosso bem, apesar do mal que praticamos e maquinamos.
Quem confia nas próprias forças vive iludido. Mas aquele que põe a sua confiança em Deus encontra a verdadeira alegria: ”Eis que tudo o que ele faz vai prosperar” (Salmo 1).
”É feliz quem a Deus se confia. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte” (Salmo 39(40), 5).
Senhor, dê-nos a graça de encontrarmos a verdadeira paz, para que vivamos segundo Sua justiça!
Jesus, eu confio em Vós!

Deus conhece todas as ações humanas


São João nos apresenta um Jesus conhecedor de tudo e de todos, e que não precisa que alguém lhe conte ou mostre quem são as pessoas com as quais Ele se relaciona.
Deus conhece todas as ações humanas. Ele é o Justo Juiz. E seu Reino não terá fim. O mal um dia será vencido e não mais estará presente entre os homens. Mas isto somente vai acontecer no momento em que “vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
Todavia, somos convidados já a nos alegrarmos : por isso, “alegra-te ó céu, e todos os que viveis nele”. O convite é extensivo aos coros celestes, serafins, arcanjos e anjos. É Cristo quem nos chama para estar junto d’Ele e participar de sua obra redentora.
Filipe não guardou para si a grande alegria de ter encontrado o Messias anunciado pelos profetas, mas comunicou esta mesma alegria a seu amigo Natanael, que se mostrou incrédulo diante da procedência humilde de Jesus – filho de um carpinteiro de Nazaré – quando o Messias devia ser descendente de Davi e procedente de Belém.
Filipe não se desmoraliza com as razoáveis objeções do amigo e também não confia nas explicações que o seu próprio engenho poderia excogitar. Opta por convidar o amigo a aproximar-se pessoalmente de Jesus: “vem e verás” (v. 46).
Passemos agora para o nome Natanael. Biblicamente, ele é de origem semítica e significa dom de Deus. Foi um dos doze apóstolos (cf. Jo 21,2). É bem provável que tenha sido Bartolomeu, o qual teria dois nomes, sendo este último um nome patronímico (filho de Tolmay), como o patronímico de Simão Pedro, Baryona (filho de Jonas). Esta identificação é deduzida dos diversos catálogos dos apóstolos que nos deixaram os evangelistas sinóticos, onde Bartolomeu sempre se segue a Filipe, aquele apóstolo que levou Natanael a Jesus.
“Eu te vi, debaixo da figueira”. Natanael sentiu que o olhar de Jesus penetrava nos mais profundos recônditos da sua alma, pois algo de significativo devia ter passado no seu coração naquela hora e naquele local exato a que Jesus se referia, e que só Deus podia conhecer.
Natanael é um israelita fiel à tradição da Lei, e parece não ter ideia da ruptura de João Batista com as instituições do Judaísmo. A fala de Jesus a Natanael: “Quando estavas debaixo da figueira, eu te vi”, remete ao profeta Zacarias: “Naqueles dias convidar-vos-ei, uns aos outros, debaixo da figueira”. (Zc 3,10).
Corresponda ou não, verdade é que Natanael vê-se descoberto e então, respondendo, professa a sua fé em Jesus: “Mestre, Tu és o Filho de Deus, o Rei de Israel”. Tanto uma palavra quanto outra fazem parte dos títulos messiânicos procedentes do Salmo 2. A intenção do Evangelho revela-se ao apresentar, desde a primeira hora, confissões explícitas de fé em Jesus.
E com a expressão: “Então vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”, esconde – e ao mesmo tempo revela de uma forma muito clara e expressiva – que Jesus é o mediador entre o céu e a terra, ficando assim os céus abertos para a humanidade. Ele é a porta pela qual os homens têm acesso ao Pai. É a escada de Jacó, pela qual subiam e desciam os anjos em sua visão (Gn 28,12).
Portanto, assim como Natanael reconhece em Jesus “o Caminho, a Verdade e a Vida”, proclamemos bem alto: “Senhor, tu és o Filho do Homem, o Rei de Israel!” para que no final possamos ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre Ele. E com Cristo reinemos eternamente. Amém!
Padre Bantu Mendonça



Formações

Precisamos aprender a conviver

Os princípios morais são aprendidos na familia
O comportamento humano é bastante imprevisível. Ora se conduz pela razão, ora pelos sentimentos, ou até pelas paixões e maus instintos. Com tal variedade de reações, apresenta-se como ser equilibrado num tempo, mas logo depois pode entrar em cena como um ser profundamente desequilibrado e dominado por paixões. E o que é pior: pode ser levado para a maldade e para atos absolutamente indignos de um filho de Deus.

Lembremos apenas alguns exemplos: Assustar um tranquilo motorista com um buzinaço; dar carne misturada com vidro a um cachorro; gritar assustadoramente com uma criança porque quebrou um brinquedo; torturar física ou psicologicamente um semelhante; abandonar um faminto à sua sorte; dar orientações falsas para um perdido na estrada. Isso é ser mau. É deliciar-se com o malfeito. É rir da desgraça dos outros. Mostra que a pessoa não sabe que temos um Pai, que ama a todos os Seus filhos e filhas. Esqueceu um princípio primordial de Jesus: “Não faça aos outros o que não quer que lhe façam”.

A convivência humana precisa ser aprendida, antes de tudo, na família. É lá que, desde criança, a raça humana deve aprender a conviver. Certos princípios morais, caso não sejam aprendidos no lar, jamais serão aprendidos no decorrer da vida. É por isso que dizemos de pessoa honesta e bem formada: “ela tem berço”. É muito bom ter pais que ensinam: Não faça os outros sofrer; não deve roubar nada do que pertence aos outros; não engane o semelhante; seja sempre uma pessoa asseada; pague as suas dívidas; procure colaborar com as pessoas boas...

Nos dias atuais, mesmo em meio a dificuldades conhecidas, a escola deve ajudar nesta formação humana. Mas não podemos deixar de seguir o Mestre por excelência. “Ele passou pela vida fazendo o bem”. A motivação religiosa costuma ser uma das inspirações mais fortes que podem existir. Basta olhar para Ele, ver Seu exemplo de não prejudicar ninguém, sobretudo, Seus gestos positivos em favor de todos, para nos convencermos de que este é o caminho da felicidade.

Dom Aloísio R Oppermann scj - Arcebispo de Uberaba

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