quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Missa com Adoração e Benção do Santíssimo Sacramento

DIOCESE DE SANTA LUZIA DE MOSSORÓ
PARÓQUIA DE SÃO SEBASTIÃO DE CARAÚBAS
  
    Pe. Fred Gurgel

        Convidamos toda comunidade católica para participar nesta quinta-feira às 19 horas na Igreja Matriz de São Sebastião da Santa Missa com adoração e bênção do Santíssimo Sacramento, Celebrante Pe. Fred Gurgel.
      Venha participar conosco desse momento de oração e de fé, com Jesus Eucarístico. 
Jesus, eu confio em vós!



"A Liturgia tem um espaço": veja reflexão de padre Anderson Marçal

Padre Anderson Marçal

 
Padre Anderson Marçal escreve mensalmente para o noticias.cancaonova.com

A Liturgia tem um espaço

Toda Religião inclui, entre símbolos que expressam a sua crença, ‘ lugares sagrados’ que marcam o encontro com o divino. Estes lugares vão desde uma gruta ou uma pequena ermida construída à beira dos caminhos, em locais distantes da cidade, até os grandes templos e catedrais. Em todos eles o que se quer é expressar a fé na divindade e a busca de sentido para a vida.

No tempo da primeira aliança, na época dos patriarcas Abraão constrói um altar para invocar o nome do Senhor, em Betel para invocar o nome do Senhor (cf. Gn 12, 7-9); depois, durante sua caminhada pelo deserto, o povo arma tenda como lugar de reunião e encontro com Deus (cf. Êxodo 33,7-11); mais tarde, mesmo compreendendo que Deus não cabe nos quadros estabelecidos pelos humanos, o povo chega a construir um templo em Jerusalém para ser o lugar de habitação de Deus (cf. 1 Rs 8, 26-29). A construção do lugar de culto tem a ver com a compreensão que o povo tem de Deus e de si mesmo em cada época de sua história.

Há um perigo, que os profetas já haviam indicado, de identificarmos Deus com o próprio lugar de culto ou usar a casa de Deus em beneficio de interesses particulares. Isso aconteceu com o povo de Israel no tempo de Jesus. Diante do templo, transformado em “casa de comércio”, Jesus anuncia novo lugar de encontro com Deus, o seu próprio corpo ressuscitado (cf. João 2, 14-22) presente na comunidade reunida cristã e habitada pelo Espírito Santo (cf. Mt 18,20). Por isso, as primeiras comunidades cristãs não tinham templo, nem altares, mas entendiam que o verdadeiro sacrifício era espiritual, adoração a Deus em espírito e verdade (cf. João 4, 23; Efésios 2, 19-22; 1 Pedro 2, 4-10).

Contudo, os cristãos precisavam de um lugar para fazer reunião, escutar a palavra e celebrar a eucaristia. No início se reuniam nas casas (cf. Atos 2, 42-47; 20,7-12), como o próprio Jesus fez em sua última ceia(cf. Lucas 22, 7-13). Depois, veio à perseguição do império Romano, e então a reunião acontecia às escondidas, nas catacumbas, nos túmulos dos mártires, que serviam de altar. Mais importante que a construção em si, era a comunidade reunida em torno da palavra e da Santa Ceia, sinais de Cristo ressuscitado.

Quando, no século IV, Constantino decreta o cristianismo como culto oficial do império, os espaços públicos de uso do estado são adaptados para o culto cristão. A partir daí a Igreja se distancia da proposta original, deixada por Jesus e pelas primeiras comunidades, e de acordo com o perfil que esse distanciamento toma em cada época, também a liturgia sofrerá modificações, e, por conseguinte, também a construção e organização da Igreja. Com o tempo, a Igreja edifício perde a finalidade de lugar de reunião da Igreja-comunidade ao redor da Palavra e da Ceia. A liturgia não é mais uma ação realizada com plena participação da assembleia, o padre preside sozinho e de costas para o povo e o altar deixa de ser o centro para dar lugar ao tabernáculo.

O Concílio Vaticano II renovou a liturgia, propõe mudanças profundas também no formato e no estilo dos espaços que devem abrigar a assembleia em celebração. O altar volta a ter lugar central, a estante da Palavra é valorizado em pé de igualdade com o altar, o lugar para composição da assembleia são colocados em forma de círculo para expressar a Igreja povo de Deus, realidade de comunhão. Como a liturgia é de natureza simbólica, o espaço também, além de funcional, deve ser capaz de traduzir na linguagem dos sinais (beleza, verdade dos materiais, simplicidade, sobriedade…) o sentido do mistério.

Por isso, dentro de um espaço tudo tem que ser pensado com critério: a forma e o estilo da construção; os materiais utilizados; as peças mais importantes como o altar, a estante da Palavra, a cadeira de quem preside e o lugar da assembleia; também as peças menores como o círio e seu pedestal, a cruz procissional, as vestes, as toalhas, as alfaias usadas na Santa Ceia… É importante que a definição do espaço e de sua organização interna seja feita com “conhecimento de causa”. Ao mesmo tempo, o espaço deve, de certa forma, transcender a realidade. Neste sentido, ele cumpre uma função educativa, na medida que se torna fonte de inspiração permanente, lembrando nossa condição de peregrinos e apontando para definitiva morada.


Padre Anderson Marçal cursou estudos filosóficos no Instituto Canção Nova. Em 2004, iniciou os estudos teológicos em Palmas (TO), arquidiocese à qual pertence canonicamente. Ordenado sacerdote em 2007, padre Anderson é mestre em Teologia e doutor em Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica.

No noticias.cancaonova.com, você acompanha, semanalmente, colunas sobre os temas: frases marcantes do Papa Francisco, defesa da vida, liturgia e teologia moral. 
 
 

Sacerdote comenta frases marcantes do Papa Francisco


 
 
Padre Joãozinho é doutor em Teologia e em Educação e autor de 35 livros
A partir deste mês, o noticias.cancaonova.com vai contar com uma equipe de colunistas. Todas às terças-feiras, você poderá acompanhar colunas que, inicialmente, referem-se aos temas: frases marcantes do Papa Francisco, defesa da vida e liturgia.

Nesta primeira semana, confira o artigo de Padre Joãozinho, scj, que escreve sobre frases marcantes do Papa Francisco.



"MENOS FUNÇÃO E MAIS UNÇÃO!"
Padre Joãozinho, scj

O Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, tem dito frases tão densas quanto breves e intensas. Aparentemente, fala de improviso no melhor estilo #prontofalei. Porém, quem acompanha suas homilias desde o tempo de arcebispo de Buenos Aires sabe que cada uma destas frases é muito bem pensada e faz parte de um conjunto que, aos poucos, vai ficando muito claro.

Basta lembrar o motivo indicado por Bento XVI para sua renúncia. Reconheceu que lhe faltavam as forças necessárias para dialogar com o mundo moderno. Este foi o grande desafio da Igreja, desde que o Papa João XXIII abriu as janelas do Vaticano e disse que era preciso exercitar mais e mais o diálogo. Paulo VI continuou esta tarefa levando a Igreja a se definir como luz para os povos e sacramento de comunhão, ou seja, de salvação, ou melhor, de diálogo. João Paulo I fez isso em um rápido e inesquecível sorriso. João Paulo II foi mestre em dialogar com todos os povos e nações. Os jovens que o digam. O que o Papa Francisco faz em suas atitudes e palavras é continuar este exercício de promover o diálogo e a comunhão.

Uma de suas homilias mais marcantes e emblemáticas neste início de pontificado aconteceu na Quinta-Feira Santa, no dia 28 de março de 2013. Ele falou de modo especial para o sacerdotes. Lembrou que são “ungidos” para servir os pobres e oprimidos. Falou com clareza que o “povo gosta do Evangelho pregado com unção”, quando toca na realidade do dia a dia. Disse que esta unção exige que o sacerdote saia de si e viva para o povo como “um pastor com cheiro de ovelhas”. Disse que, quando isso não acontece, o resultado são “padres tristes”, “colecionadores de antiguidades”, ou “sempre em busca de novidades”.

É neste contexto que Francisco faz um trocadilho repleto de significado: “menos função e mais unção”. Esta expressão tem muitos significados e voltaria de mil formas diferentes em suas homilias e catequeses posteriores. Há pessoas que se apegam a um cargo como se ele garantisse a eficácia do seu serviço. Não garante. Muitos até se escondem atrás de uma placa, de uma sala, de uma roupa, de um nome. De nada adianta a função se não existe a unção. De nada adianta o poder se não existe a autoridade.

Em todos os tempos e lugares aparecem pessoas com motivações superficiais. Querem o bônus de um cargo. Mas nem sempre estão dispostas a assumir o ônus do serviço. Querem a função; mas não têm a unção. Fazem pose, mas não têm coração. Jesus foi o primeiro a criticar esta busca pelos primeiros lugares. Disse que é maior quem serve. Mas até entre seus discípulos houve disputa por cargos. Certamente isso o entristeceu e entristece quando vê qualquer forma de carreirismo hoje na sua Igreja. O Papa Francisco não economiza palavras para criticar esta postura. Prefere bispos que não ambicionaram o episcopado. Prefere padres que estão na função porque foram chamados por Jesus e não porque estavam sem opção ou achavam que ser padre lhes daria prestígio social.

O mesmo vale para todo serviço da autoridade. Seria melhor escolher prefeitos que não fizessem carreira política; seria melhor o povo indicar seus vereadores e não ter que escolher entre os que se oferecem.

O Papa Francisco é coerente com aquilo que prega. Prefere a unção. Por isso não tem “papas na língua”. Diz aquilo que Deus faz arder em seu coração.

Padre João Carlos Almeida, mais conhecido como Padre Joãozinho, scj, é sacerdote da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, os Dehonianos. Doutor em Teologia e em Educação, já escreveu 35 livros com temas que vão de espiritualidade a teologia e formação de lideranças. Compositor inspirado, padre Joãozinho já produziu mais de trinta CDs. Atualmente reside em Taubaté-SP e é professor na Faculdade Dehoniana.

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