Doar-se livremente a Deus
“Eu
dou minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou
livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la; este é o
mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10,17-18).
O Senhor nos chama a doar a vida
inteiramente, mesmo com as nossas fraquezas e limitações, que são marcas
do pecado. Como Ele se doou nos também somos chamados a entregar a
nossa vida livremente pelo Reino de Deus.
Deus nos conhece e sabe das nossas
fragilidades, peçamos hoje ao Bom Pastor que nos conduza com paciência e
misericórdia nos levando a verdadeira liberdade.
“Mostra-me, Senhor, o teu caminho, para eu caminhar na tua verdade; faze que meu coração tema só o teu nome” (Sl 86,11).
Jesus, eu confio em Vós!
Santo do Dia
São Francisco de Assis, o santo que desposou a pobreza
Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso,
vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo
dos italianos. Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a
“Senhora Pobreza”.
Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”. Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em criado?”, replicou a voz.
No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como
eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na
igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas”.
Partindo em missão de paz e bem, seguiu
com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de
Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o
lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera
do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes
que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e
consolavam os doentes. A partir daí, Francisco dedica-se a viagens
missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria… Peregrinando até aos Lugares
Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade
dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho.
Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação
mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa
de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224.
Já enfraquecido por tanta penitência e
cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na
igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e
assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. O seráfico pai, São
Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre
deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos
incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado
por Gregório IX.
São Francisco de Assis, rogai por nós!
Homilia do Dia
A salvação está em Jesus, não em preceitos humanos, diz Papa
Francisco fez uma homilia sobre a resistência à salvação trazida por Jesus
Da Redação, com Rádio Vaticano

.: Outras homilias do Papa Francisco
Da Redação, com Rádio Vaticano

Francisco alerta para o fato de que, muitas vezes, o homem quer ditar as regras da salvação / Foto: L’Osservatore Romano
O único desejo de Deus é salvar a
humanidade, mas o problema é que, com frequência, o homem quer ditar as
regras da salvação. Foi a este dilema que o Papa Francisco dedicou a
homilia da Missa celebrada nesta sexta-feira, 3, na capela da Casa Santa
Marta.
Francisco aprofundou o tema partindo do trecho do Evangelho
em que Jesus expressa todo o seu desprazer ao ver-se hostilizado por
sua própria gente, pelas cidades que viram as costas para a sua
mensagem. “Se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que
em vós se realizaram, há muito tempo teriam se convertido”, disse Jesus
aos de Corazim e Betsaida.
Nessa comparação, observou o Papa, se
resume toda a história da salvação. Assim como rejeitaram e mataram os
profetas antes dele, “porque eram incômodos”, estavam fazendo o mesmo
com Jesus. “É o drama da resistência em ser salvo”, provocado pelos
líderes do povo.
“É justamente a classe dirigente aquela
que fecha as portas ao modo com o qual Deus quer nos salvar. E assim se
entendem os diálogos de Jesus com a classe dirigente do seu tempo:
brigam, colocam-no à prova, pregam armadilhas para ver se cai, porque é a
resistência em ser salvo. Jesus diz a eles: ‘Mas eu não os compreendo!
Vocês são como aquelas crianças: tocamos a flauta e não dançaram;
cantamos uma lamentação e não choraram. Mas o que querem?’; ‘Queremos
fazer a salvação do nosso modo!’. É sempre este fechamento ao modo de
Deus”.
.: Outras homilias do Papa Francisco
Essa é uma atitude que o Papa Francisco
difere daquela do “povo crente” que, segundo ele, entende e aceita a
salvação trazida por Jesus. Salvação que, ao contrário, para os líderes
do povo se reduz essencialmente à realização dos 613 preceitos criados,
afirma o Papa, pela “febre intelectual e teológica deles”.
“Eles não acreditam na misericórdia e no
perdão: acreditam em sacrifícios. Misericórdia eu quero, e não
sacrifício. Eles acreditam em tudo ajustado, bem arrumado, tudo claro.
Este é o drama da resistência à salvação. Também cada um de nós tem esse
drama. Mas nos fará bem nos perguntarmos: como eu quero ser salvo? Do
meu jeito? Do modo de uma espiritualidade, que é boa, que me faz bem,
mas que é fixa, tem tudo claro e não há nenhum risco? Ou do modo divino,
isto é, no caminho de Jesus, que sempre nos surpreende, sempre abre as
portas para o mistério da Onipotência de Deus, que é a misericórdia e o
perdão?”.
Segundo o Santo Padre, faz bem pensar que
esse drama está presente no coração. É bom, disse, refletir sobre isso,
em especial quando acontece de se confundir “liberdade com autonomia”,
de escolher a salvação que se acredita ser a adequada.
“Eu creio que Jesus é o Mestre que nos
ensina a salvação ou vou a todos os lugares para alugar um guru que me
ensine outra? Um caminho mais seguro ou me refugio sob o teto das
prescrições e dos muitos mandamentos feitos por homens? E então eu me
sinto seguro com isso – é um pouco difícil dizer isso: segurança –,
compro a minha salvação, que Jesus dá de graça com a gratuidade de Deus?
Vão nos fazer bem hoje essas perguntas. E a última: eu resisto à
salvação de Jesus?”.
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