quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mensagem do Dia

quarta, 1 de Junho de 2011

Verdade X Mentira

“Quando vier o Paráclito, Espírito da Verdade, Ele vos conduzirá à plena verdade” (Jo 16,13).
Somente a Verdade tem a força para libertar e transformar a nossa vida, e todos nós temos o anseio de experimentar plenamente a liberdade. O caminho seguro é querer ser conduzido pelo Espírito da Verdade, que vem de Deus e nos faz enxergar o que é certo e o que é errado e encoraja-nos a sermos homens e mulheres da verdade.
Muitas vezes, dizemos meias verdades e as acolhemos como se fossem verdade. No entanto, toda meia verdade é meia mentira e nos escraviza. Jesus veio trazer a plena Verdade, a plena liberdade.
Abramos hoje o nosso coração e acolhamos Cristo como o único Senhor da nossa vida.
Jesus, eu confio em Vós!



Festa de Santo Antônio de Pádua 2011 

Convite

        Caríssimos(as) Irmáos(as)!
        Mais uma Festa chegou! Com ela vem a certeza da comunhão fraterna, baseada no testemunho dos Santos Pastores, que sempre se mostraram refletos do Espírito Santo. Com Antônio não foi diferente, eximio e zeloso pregador, ele era habilidoso com o Evangelho, a ponto de dizrem que se a Biblia se perdesse, Antônio a escreveria em sua totalidade,  eis o porquê de "Antônio palavra de fogo, vida de luz". Diante do testemunho de vida do nosso padroeiroe de nossa caminhada enquanto comunidade Leandro Bezerra queremos expressar o nosso amor pela nossa Igreja Católica. Na expresão dessa pertença "Queremos ser mais Igreja", viva, atuante na vida de seu povo, sustentada pela Eucaristia, conduzida pelo Espírito Santo. Boa Festa!


  
Hoje teremos a abertura da festa de Santo Antônio de Pádua, do Bairro Leandro Bezerra. Este ano teremos como tema "Antônio, palavras de fogo, vida de luz" e como lema "Queremos ser mais igreja". A festa que se estenderá até o dia 13 do mês de junho terá bastantes atrações. Traremos aqui todas as informações sobre esta grande festa de nossa paróquia.

PROGRAMAÇÃO RELIGIOSA PARA HOJE: 01/06/2011
  • Procissão saindo com a imagem de Santo Antônio da residência de Dona Sebastiana Araújo, em frente a fábrica de Castanha às 18hs, para a Capela de Santo Antônio;
  • 19hs - Celebração Eucarística de Abertura - Pe. Francisco das Chagas Neto 
    • Hasteamento da Bandeira


Festa de Pentecostes 2011

 
A Paróquia de São Sebastião de Caraúbas e a Renovação Carismática Católica - RCC, convida você para participar conosco do III Celebrando Pentecostes, com o Tema: "Espírito Santo, esperança para os nossos dias".um dia de louvor, pregação e adoração. tendo início  dia 11 de junho (Sábado) com o Grupo de Oração "Sopro de Vida", às 19h na Igreja Matriz de São Sebastião, dia 12 (Domingo), vivendo o mistério de Pentecostes em sua magnitude. Com a participação de formadores e palestrantes da Coordenação Diocesana da RCC de Mossoró.
Em breve a programação.


Pentecostes 

SIGNIFICADO PENTECOSTES
O que significa Pentecostes?

É uma palavra que vem do grego e significa "qüinquagésimo". É o 50° dia depois da Páscoa. É a solenidade da vinda do Espírito Santo. Junto com Natal e Páscoa, forma o tripé mais importante do Ano Litúrgico. Esse detalhe ajuda a compreender por que Pentecostes pertence ao Ciclo da Páscoa.
Qual é a cor litúrgica de Pentecostes e seu significado?

O vermelho domina essa solenidade, associado ao fogo, símbolo do amor. 0 Espírito Santo é chamado de  "Espírito do amor".

Como surgiu a festa de Pentecostes?

Antes de ser uma festa dos cristãos, Pentecostes foi festa dos judeus, e sua origem se perde nas sombras do passado. Antes de se chamar assim, tinha outros nomes, e era uma festa agrícola. Em Êxodo 23,14-17 é chamada de festa da Colheita, a festa dos primeiros feixes de trigo colhidos. Em Êxodo 34,22 é chamada de festa das Semanas. Por que "festa das semanas"? A explicação é dada pelo Levítico (23,15-21): calculavam-se 7 semanas a partir do inicio da colheita do trigo. 7 semanas = 49 dias.

Com o tempo, ela perdeu sua ligação com a vida dos agricultores, recebeu o nome grego de Pentecostes e se tomou festa cívico-religiosa. No tempo de Jesus, celebrada 50 dias apos a Páscoa, ela recordava a dia em que no Monte Sinai, Deus entregou as tábuas da Lei a Moises. Os Atos dos Apóstolos fazem coincidir a vinda do Espírito Santo com a festa judaica de Pentecostes.

Quem recebeu o Espírito Santo no dia de Pentecostes?

O episodio de Pentecostes é narrado por Lucas em Atos 2,1-11. Sem muita reflexão, seriamos tentados a responder que apenas os Doze apóstolos é que receberam o Espírito Santo. Mas lendo com atenção o contexto desse acontecimento poderemos ter surpresas.
De fato, Lucas disse, antes que viesse o Espírito: "Os apóstolos voltaram para Jerusalém, pois se encontravam no chamado monte das Oliveiras, não muito longe de Jerusalém: uma caminhada de sábado. Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam hospedar-se. Ai estavam Pedro e João, Tiago e Andre, Filipe e Tome, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelote e Judas, filho de Tiago. Todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe  de Jesus, e com as irmãos de Jesus. Nesses dias, ai estava reunido um grupo de mais ou menos cento e vinte pessoas" (Atos 1,12-15a). No dia de Pentecostes, já com Matias substituindo o traidor Judas, Lucas afirma que "todos eles estavam reunidos no mesmo lugar" (2,1). Na fala depois de terem recebido o Espírito Santo, Pedro cita a profeta Joel, que previa a efusão do Espírito sobre todas as pessoas: "Nos últimos dias, diz o Senhor, eu derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas. Os filhos e filhas de vocês vão profetizar, os jovens terão visões e os anciãos terão sonhos. E, naqueles dias, derramarei o meu Espírito também sobre meus servos e servas, e eles profetizarão" (2,17-18; veja Joel 3,1-5). Não se pode, portanto, afirmar que somente os Doze ap6stolos e que receberam o Espírito.

0 fenômeno de falar em línguas surgiu em Pentecostes?

O dom de falar línguas estranhas era um fenômeno restrito praticamente às comunidades cristãs de Corinto. Esse dom tem pouco a ver com a Pentecostes de Atos 2,1-11. Lá em Corinto, as pessoas rezavam a Deus em línguas estranhas,
todas juntas, sem que alguém compreendesse coisa alguma. Paulo põe ordem nessa "babel", mandando que orem um por vez, com interprete (1 Coríntios 12-14).
 Em Atos as coisas são bem diferentes: "Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nacões do mundo. Quando ouviram  barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem. Espantados e surpresos, diziam: 'Esses homens que estão falando, não são todos galileus? Como é que cada um de nós os ouve em sua própria língua materna? ... E cada um de nós em sua própria língua os ouve anunciar as maravilhas de Deus!'" (2,4-8.11).

Lucas montou a cena de Pentecostes sobre o molde da entrega da Lei a Moises, ou seja, sobre o molde do Pentecostes judaico. Compare Atos 2,1-11 com Êxodo 19,1-20,21, e anote as coincidências. Em Êxodo, todo o povo reunido ao redor do monte; em Atos, o mundo inteiro reunido em Jerusalém. No Êxodo, relâmpagos, trovões, nuvem escura etc., símbolos de teofania (= manifestação de Deus); nos Atos, vento forte, línguas como de fogo, símbolos teofânicos (= manifestação do Espírito de Deus).

Qual a mensagem de Pentecostes?

A mensagem vem , sobretudo das leituras dessa solenidade, que são sempre as mesmas: Atos 2,1-11; 1 Coríntios 12,3b-7.12-13; João 20,19-23. Eis alguns temas que deveriam ser aprofundados. 1. O supremo dom do Pai e de Jesus a humanidade é o Espírito Santo. 2. Soprando sobre os discípulos, Jesus esta recriando a humanidade mediante o sopro do Espírito. 3. Recebendo o Espírito de Jesus, os cristãos recebem igualmente a mesma missão. 4. O Espírito é dado a todos. Ninguém fica sem ele, e ninguém o possui plenamente. 5. O Espírito leva a humanidade a formar uma só família, no amor, diferentemente de Babel-confusão, em que as pessoas não se entendem.

 Comemoração litúrgica - Domingo seguinte à Ascensão do Senhor
 
Os judeus  tinham uma festa de Pentecostes, que se celebrava 50 dias após a páscoa.  Nesta festa, recordavam o dia em que Moisés subiu ao monte Sinai e recebeu as tábuas da Lei, contendo os ensinamentos dirigidos ao povo de Israel. Celebravam assim, a  aliança do Antigo testamento que o povo estabeleceu com Deus: Eles se comprometeram a viver segundo seus mandamentos e Deus se comprometeu a estar sempre com eles.
                                            Vinham pessoas de todos os cantos para a festa de Pentecostes no Templo de Jerusalém. Deus havia prometido mandar seu espírito em ocasiões diversas: Durante a Última Ceia,  Jesus lhes promete a  seus apóstolos o seguinte: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco. O Espírito da  verdade, quem o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque ficará convosco e estará em vós.” (Jo 14, 16-17)
                                            Mais adiante lhes disse:  “Disse-vos estas coisas, permanecendo convosco. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito” (Jo 14, 25-26)
                                            Ao terminar a  cena, volta a fazer a mesma promessa: “Contudo, digo-vos a verdade, a vós convém que eu vá; se eu não for, não virá a vós o Consolador; mas, se eu for, vo-lo enviarei. Ele, quando vier, argüirá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Sim, do pecado, porque não creram em mim; da justiça, porque vou para o Pai e vós não mais me vereis;  Enfim, do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora. Quando, porém, vier o Espírito da verdade, conduzir-vos-á à verdade integral. Pois, não há de falar de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e anunciar-vos-á as coisas que estão por vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo anunciará.” (Jo 16, 7-14)
                                            No calendário do ano litúrgico, comemora-se Pentecostes no domingo subseqüente à festa da Ascensão de Jesus.  O significado do termo para os católicos, representa a festa celebrada pela Igreja 50 dias após a Ressurreição de Jesus (Páscoa).
                                            Depois da Ascensão de Jesus,  encontravam-se os apóstolos reunidos com a Mãe de Deus. Era o dia da festa de Pentecostes. Os apóstolos tinham medo de sair para pregar. Repentinamente, escutou-se um forte vento e línguas de fogo pousaram sobre cada um deles.  Cheios do Espírito Santo, passaram a falar em línguas desconhecidas.  Nesses dias, haviam muitos estrangeiros em Jerusalém, que vinham de todas as partes do mundo para celebrar a festa de Pentecostes judia. Cada um ouvia falar os apóstolos em sua própria língua e  compreendiam perfeitamente o que eles falavam. Todos eles, nesses dias, não tiveram medo e saíram a pregar ao mundo os ensinamentos de Jesus.  O Espírito Santo lhes concedeu forças para a grande missão que tinham de cumprir:  Levar a Palavra de Jesus a  todas as nações e  batizar todos os homens em nome  do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 
                                            O Espírito Santo de Deus é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja nos ensina que  o Espírito Santo é o amor que existe entre o Pai e o Filho. Este amor é tão grande e  perfeito que forma uma terceira pessoa. O Espírito Santo enche nossas  almas no Batismo e depois, de maneira perfeita, na Confirmação.  Com o amor divino de  Deus dentro de nós, somos capazes de amar a Deus e ao próximo. O Espírito Santo nos ajuda a  cumprir nosso compromisso de  vida com Jesus.   

Sinais do Espírito Santo - O vento, o fogo e a pomba 

                                            Estes símbolos nos revelam o  poder que o Espírito Santo nos dá:  O vento é uma força invisível, porém,  real.  Assim é o Espírito Santo.  O fogo, é um elemento que limpa. O Espírito Santo é uma força invisível e poderosa  que habita em nossos  corações e purifica nosso egoísmo para dar espaço ao amor. A pomba representa a simplicidade e a pureza que devemos cultivar em nosso coração. 
Nomes do Espírito Santo
O Espírito tem recebido diversos nomes ao longo do Novo testamento: O Espírito de Verdade, o Advogado, o Paráclito, o Consolador, o Santificador.

Missão do Espírito Santo

1. O Espírito Santo é santificador:  Para que o Espírito Santo possa cumprir com sua função,  é necessário que nos entreguemos totalmente a Ele e deixemo-nos conduzir docilmente por suas inspirações, para que possamos nos aperfeiçoar e crer todos os dias na santidade. 
2.  O Espírito Santo mora em nós:  Em João 14, 16, encontramos a seguinte passagem:   “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco”. Também  em I Coríntios 3, 16:  “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”.  E por esta razão é que devemos respeitar nosso corpo e  nossa  alma. Está em nós, porque é o “doador da vida” e do amor.  Se nos entregarmos à sua ação amorosa e santificadora,  fará maravilhas em nós.  
3. O Espírito Santo ora em nós: Necessitamos de  um grande silêncio interior e de uma profunda pobreza espiritual para pedir que ore em nós o Espírito Santo. Deixar que Deus ore em nós sendo dóceis ao Espírito. Deus intervém por aqueles que o amam.
4. O Espírito Santo nos leva a verdade plena: Ele nos fortalece para que possamos ser testemunhas do Senhor, nos mostra a  maravilhosa riqueza da mensagem cristã, nos enche de amor, de paz, de gozo, de fé e crescente esperança. 
O Espírito Santo e a Igreja: 
Desde a  fundação da  Igreja no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é quem a constrói, anima e santifica, lhe dá vida e unidade e a  enriquece com seus dons. O Espírito Santo segue trabalhando na Igreja de muitas maneiras distintas, inspirando, motivando e impulsionando os cristãos,  em forma individual ou como Igreja num todo, ao proclamar a Boa Nova de Jesus. 
Por exemplo, inspira ao Papa a levar suas mensagens apostólicas à humanidade;  inspira o bispo de uma diocese a promover determinado apostolado, etc.
O Espírito Santo assiste especialmente  ao Representante de Cristo na Terra, o Papa, para que guie retamente a Igreja e  cumpra seu trabalho de pastor do rebanho de Jesus Cristo.
O Espírito Santo constrói, santifica, dá vida e  unidade à Igreja.
O Espírito Santo tem poder de nos animar e nos santificar e lograr êxito em nossos atos que, por nossas forças, jamais realizaríamos.  Isto o faz  através de seus sete dons. (7 dons do espírito Santo - clique aqui
              
ORAÇÃO AO DIVINO ESPÍRITO SANTO
Vinde, Espírito Santo,
enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do Vosso amor.
Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado,
e renovareis a face da terra.
Oremos
Deus, que instruístes os corações dos Vossos fiéis com
a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas
segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da Sua consolação.
Por Cristo, Senhor nosso.
Amém.

A festa de Pentecostes no Antigo Testamento

A FESTA DE PENTECOSTES NO ANTIGO TESTAMENTO
Estudo produzido pelo prof. Tércio Machado Siqueira, professor de Antigo Testamento da FaTeo

No antigo calendário israelita estão relacionadas três festas (Ex 23.14-17; 34.18-23): a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas. As duas primeiras celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao esquecimento.
Este estudo abordará a Festa das Colheitas ou Semanas, a partir de sua celebração no culto israelita. Seria extremamente exaustivo tentar abordar a origem dessa festa a partir dos cananeus, ou de outros povos do Antigo Oriente Médio. Todavia, é perfeitamente justo suspeitar que o costume de realizar a Festa das Colheitas pertencia aos cananeus. Há três razões que substanciam esta suspeita:
  1. Os agricultores sedentários cananeus dominavam os férteis vales de Canaã quando os hebreus chegaram à Canaã;
  2. Originalmente, os hebreus ou israelitas não eram agricultores, mas pastores de ovelhas, vivendo como semi-nômades nas montanhas centrais e estepes localizadas nas periferias das ricas regiões agrícolas de Canaã;
  3. Pouco a pouco, o povo israelita veio tornar-se agricultor e sedentário.
No Antigo Testamento, a liturgia mais desenvolvida dessa festa encontra-se em Lv 23.15-21. Porém, Dt 16.9-15 mostra uma outra liturgia que reflete um diferente período e, conseqüentemente, um novo ambiente de celebração. Este estudo tomará como base essas duas liturgias.

Do nome

Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento (Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
  1. Festa da Colheita ou Sega - no hebraico hag haqasir. Por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada, essa festa ganhou esse segundo nome. Provavelmente, hag haqasir Festa da Colheita é o nome original (Ex 23.16).
  2. Festa das Semanas - no hebraico, hag xabu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinqüenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10).
  3. Dia das Primícias dos Frutos - no hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm 28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente.
  4. Festa de Pentecostes. As razões deste novo nome são várias: (a) nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos - hag haqasir e hag xabu´ot - perderam as suas atualidades e foram substituídos pela denominação Pentecostes, cujo significado é cinqüenta dias depois (da Páscoa). Como o Império Grego assumiu o controle do mundo, em 331 anos antes de Jesus, é provável que o nome Pentecostes ganhou popularidade a partir desse período.
Vale a pena uma observação. Além da Festa da Colheita ou Semanas hag haqasir ou hag xavu´ot, o antigo calendário israelita apontava uma terceira festa que acontecia no período do Outono, isto é, nos meses de setembro e outubro. Na verdade, essa festa era também da colheita, porém, sega das frutas, especialmente, uva, figo e tâmara. A Bíblia Hebraica tem dois nomes para essa festa: Festa dos Tabernáculos ou Cabanas hag hasucot e Festa da Colheita hag ha`asip (a palavra asip colheita vem do verbo asap que significa colher e reunir.

Da cerimônia

Enquanto a Páscoa era uma festa caseira, Colheita ou Semanas ou Pentecostes era uma celebração agrícola, originalmente, realizada na roça, no lugar onde se cultivava o trigo e a cevada, entre outros produtos agrícolas. Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém. Os muitos relatos bíblicos não revelam, com clareza, a ordem do culto, mas é possível levantar alguns passos dessa liturgia:
  1. a cerimônia começava quando a foice era lançada contra as espigas (Dt 16.9). É bom lembrar que deveria ser respeitada a recomendação do direito de respigar dos pobres e estrangeiros (Lv 23.22; Dt 16.11);
  2. a cerimônia prosseguia com a peregrinação para o local de culto (Ex 23.17);
  3. o terceiro momento da festa era a reunião de todo o povo trabalhador com suas famílias, amigos e os estrangeiros (Dt 16.11). Essa cerimônia era chamada de "Santa Convocação" (Lv 23.21). Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias, pois eram considerados um período de solene alegria e ação de graças pela proteção e cuidado de Deus (Lv 23.21);
  4. no local da cerimônia, o feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a Deus, o Doador da terra e a Fonte de todo bem (Lv 23.11).
  5. Os celebrantes alimentavam-se de parte das ofertas trazidas pelos agricultores;
  6. As sete semanas de festa incluíam outros objetivos, além da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com a obediência aos estatutos divinos (Dt 16.12).
Observação: Era ilegal usufruir da nova produção da roça, antes do cerimonial da Festa das Colheitas (Lv 23.14).

Características da celebração

  1. A Festa das Colheitas era alegre e solene (Dt 16.11);
  2. A celebração era dedicada exclusivamente a Javé (Dt 16.10);
  3. Era uma festa ecumênica, aberta para todos os produtores e seus famíliares, os pobres, os levitas e os estrangeiros (Dt 16.11). Enfim, todo o povo apresentava-se diante de Deus. Reconhecia-se e afirmava-se o compromisso de fraternidade e a responsabilidade de promover os laços comunitários, além do povo hebreu;
  4. Agradecia a Deus pelo dom da terra e pelos estatutos divinos (Dt 15.12);
  5. Era uma "Santa Convocação". Ninguém trabalhava (Lv 23.21);
  6. Era celebrado o ciclo da vida, reconhecendo que a Palavra de Deus estava na origem da vida " da semente " da árvore " do fruto " do alimento " da vida...
Observação: A Festa da Colheita não celebra um mito, mas a ação de Deus que cria e sustenta a vida do mundo criado.

Principais motivos da Festa das Colheitas

A Festa das Colheitas (Cabanas ou Pentecostes) não era uma cerimônia neutra, isto é, os celebrantes não se reuniam para um simples lazer ou diversão. Toda a cerimônia buscava reafirmar e aprofundar o sentido da fé em Javé, o Deus Criador e Libertador.

Aprender a fraternidade
Ao ler todas as reportagens sobre a Festa das Colheitas (Semanas ou Pentecostes) é possível captar partes da cerimônia e, conseqüentemente, sua legislação. Um dos detalhes marcantes dessa "Santa Convocação" é o fortalecimento da fraternidade entre os trabalhadores do campo, incluindo a população israelita, os servos e estrangeiros.

Aprender a ter compromisso com Deus e com a comunidade
Ao celebrar a festa, toda a comunidade aprendia a ser responsável para com a vontade de Deus e com o próximo - não somente com os irmãos de sangue e fé. O ritual da festa ensinava, pedagogicamente, que Deus é o Criador e Sustentador das leis que regem o mundo. Ele fez uma distribuição comunitária da terra e manda a chuva para hebreus e gentios, bons e maus, homens e mulheres, jovens e crianças. O ritual da festa entendia que o grande problema da humanidade é a falta de amor uns para com os outros.

Aprender a repartir os dons
Primitivamente, o povo bíblico convivia com as leis divinas de modo feliz, sem lhe causar sofrimento. Por exemplo, a festa das Colheitas ensinou a comunidade de trabalhadores do campo que se deveria entregar o excedente de sua produção agrícola para Javé, a fim de que essa oferta seja compartilhada com os menos favorecidos (Lv 25.6-7, 21-22). A pedagogia dessa lei possui uma profunda sabedoria, pois ela tem como alvo educar o povo dentro dos princípios da solidariedade e igualdade social.

Aprender a agradecer
Ao agradecer a Deus pelo dom da terra - para morar, plantar e alimentar dos frutos produzidos nela - o povo descobria os mistérios da graça divina. Ser grato pela "terra que mana leite e mel", pela cevada, trigo e outros grãos que sustentam vida representam uma alegria de enormes proporções. Além da terra, os celebrantes eram ensinados a agradecer a Deus pela instrução que disciplina e ordena a vida comunitária.

Conclusão

A Festa da Colheita ou Semanas tomou o nome de Festa de Pentecostes, a partir do Período Grego (fim do século IV antes de Cristo em diante).
Todas as festas, ao longo da história do povo bíblico, sofreram metamorfoses. São modificações e adaptações, perfeitamente normais, sofridas ao longo da história, sem contudo, perderem as colunas principais de sua estrutura de sustentação. Por exemplo, na formação cultural de Israel ocorreram metamorfoses que se refletem no nome. Assim:
... hebreu » israelita » judeu » judeu da diáspora ...
Com a Festa da Colheita ou Semanas, também, ocorreram transformações significativas:
... Festa da Colheita » Festa das Semanas » Festa de Pentecostes.

A troca do nome da festa
Originalmente, a festa recebeu o nome "Festa da Colheita", porque se tratava de uma cerimônia que girava em torno de uma sega de grãos, após o período de formação e maturação. O nome "Festa das Semanas" também faz sentido, porque ele diz respeito às sete semanas de duração da festa quando se processava a colheita de trigo e cevada.
Como parte da forte influência exercida pela cultura grega sobre os judeus, a partir do século IV, antes de Cristo, o nome "pentecostes" - cujo significado é "cinqüenta dias depois" - foi usado para substituir o nome da Festa das Colheitas ou Festa das Semanas. O livro Atos dos Apóstolos usa o nome Pentecostes (At 2.1).

Da natureza e do local da festa
Originalmente, a festa das Colheitas era agrícola. Era uma reunião de agricultores que se prolongava por sete semanas. O longo tempo de duração da festa e o nome "colheita" sugerem que os agricultores reuniam-se, originalmente, para uma sega em mutirão. Como na época dessa celebração (maio/junho) não há chuva, em Israel, os celebrantes, que moravam longe do local da colheita, se abrigavam em tendas.
Contudo, o livro de Deuteronômio apresenta duas novidades à festa: a memória da libertação do Egito e a recomendação de estudar os estatutos (a Tode Javé) durante as sete semanas de festa. Além disso, ele fornece uma outra informação: o nome da festa para o livro de Deuteronômio é Semanas e o local é o templo de Jerusalém (16.9-12). A centralização das festas foi parte da política reformista do reinado de Josias (640-609 a.C.).
Quanto ao relato do livro Atos dos Apóstolos, o nome da festa é Pentecostes e o local é a cidade de Jerusalém, não especificando se a reunião foi realizada no Templo ou próxima a ele. Quanto ao número de pessoas presentes à festa, é possível crer que os relatos de Levítico (23.15-22) e Deuteronômio (16.9-12) sugerem um limite máximo de pessoas bem inferior ao número indicado no livro de Atos dos Apóstolos (2.1-13).

A "ecumenicidade" da festa
Basicamente, a festa, tanto no período do Antigo Testamento como no Novo Testamento, era cosmopolita, isto é, ela reunia pessoas de todas as raças e condições sociais (conforme Dt 16.11 e At 2.1-13). O que varia entre os dois relatos é a quantidade de pessoas presentes no evento: o relato de Atos dos Apóstolos fala que uma multidão estava reunida em Jerusalém, enquanto que o relato de Deuteronômio refere-se a uma presença bem menor.

A fraternidade da festa
A fraternidade era estimulada, entre os agricultores, na Festa das Colheitas, conforme os textos de Levítico e Deuteronômio. Contudo, essa fraternidade é descrita, em sua plenitude, na reunião reportada no livro de Atos dos Apóstolos, através da palavra grega koinonia comunhão (At 2.42-47). Essa comunhão entre os trabalhadores do campo, na prática, forma o mutirão para colher o trigo pronto para a ceifa.

O estudo da Bíblia na festa
Quando mais necessitava de uma disciplina comunitária, a festa das Colheitas, ou Semanas, agregou a prática de estudar a Tora (Pentateuco). No relato de Atos dos Apóstolos, há uma ausência de informação sobre o estudo da Torá.

Jerusalém como local da festa
Tudo leva a crer que, originalmente, a Festa das Colheitas, ou Semanas, era realizada na roça, particularmente, no campo de trigo. No projeto de reforma, empreendido pelo rei Josias, no século VII a.C., todas as festas foram levadas para o Templo em Jerusalém. Por que Jerusalém?
  • Jerusalém é a sede do governo, a capital política e espiritual;
  • Jerusalém é uma cidade que possui uma carga fortíssima de tradição (Sl 48);
  • Jerusalém encarna-se todas as contradições e conflitos;
  • Jerusalém é o centro de todas as tensões da vida judaica:
  • em Jerusalém, sente-se amor dentro da condição de ódio;
  • em Jerusalém, nasce a esperança em meio ao desespero;
  • em Jerusalém, o povo acredita que se dará a plenitude da vida;
  • No Novo Testamento, o sentido de Jerusalém atinge o sentido universal.
Assim, A escolha da cidade de Jerusalém, para celebrar a Festa das Colheitas, não é arbitrária.

Ensinando a importância da terra
Terra é uma palavra muito significativa na Bíblia, particularmente no Antigo Testamento (AT). Há duas importantes palavras hebraicas para terra: a primeira é adamah terra, solo, chão. Originalmente, Adamah carregava o sentido de "solo vermelho", arável e cultivável. Conforme o livro de Gênesis - "... Javé Eloim modelou o 'adam ser humano com oda 'adamah terra" (2.7) -o ser humano possui uma estreita relação com a terra. Essa ligação fica mais íntima quando se pensa no alimento. O alimento, como gerador da vida, tem a ver diretamente com o trabalho do adam ser humano e a fertilidade do adamah terra. Por isso entre o ser humano e a terra não poderá acontecer violência. Tanto o 'adam ser humano como a' adamah terra são posses de Javé, e ambos estão sob o cuidado dEle (Gn 2.6). A segunda palavra hebraica para terra é eres, um substantivo feminino que ocorre 2.500 vezes, no A.T. Seu significado é amplo: (a) no sentido cósmico, eres possui o significado de terra em oposição ao céu, o mar e a água (SI 89.11); (b) no sentido físico, eres carrega o significado de solo, sobre o qual o ser humano vive, planta e colhe os frutos (Dt 26.9); (c) no sentido geográfico, eres designa determinadas regiões e zonas (Jr 16.13); (d) no sentido político, eres indica a soberania de determinados clãs, tribos, estados e povos (Is 9.1) e, por fim, (e) o sentido teológico, quando eres é definida como posse de Deus (Lv 25.23). Como uma propriedade divina (Os 9.3), a terra espera de seu usuário uma forte disciplina e uma profunda espiritualidade. Para tanto, a violência contra a terra é considerada uma desobediência a Javé (Jr 2.7).

Resumindo

Pentecostes é uma festa adotada pelo Cristianismo ao Judaísmo. Em primeiro lugar, a palavra festa (hag, no hebraico) significa fazer um círculo. Isso revela o sentido primitivo de festa, isto é, uma reunião comunitária (Êx 5.1). Nela, o povo celebrante reunia, especialmente, para estudar os textos sagrados que, mais tarde, viriam a ser a Bíblia. Em segundo lugar, o nome Pentecostes vem da língua Grega e significa cinqüenta dias depois, a saber, da festa da Páscoa. Originalmente, esta festa possuía três nomes hebraicos: festa das Semanas, festa das Colheitas ou Dia das Primícias. Estes três nomes revelam um pouco do conteúdo da festa: era agrícola e situada no período das colheitas. A troca de nome para Pentecostes deu-se a partir do período grego (333-63 anos antes de Cristo), quando a Grécia dominou culturalmente o mundo. O mais primitivo motivo desta festa foi gratidão a Deus pelo dom da terra. Posteriormente, o povo bíblico incorporou o motivo de gratidão pela doação da Torá (450 anos antes de Cristo). A Torá é a instrução divina por excelência, contida no Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia). Provavelmente, a festa de Pentecostes, descrita em Atos dos Apóstolos 2, celebrava a doação da Torá. Os salmos 19 e 119 mostram que a manifestação do Espírito Santo está diretamente relacionada ao estudo da Torá.


Festa de Santo Antônio 2011

Programação

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