sábado, 11 de maio de 2013

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 Bendita entre as mulheres

Confiamos nossas mães àquela que é Mãe de Cristo
Todos os homens e mulheres foram criados por Deus para o glorificarem e serem felizes e realizados. A própria glória de Deus se manifesta no ser humano vivo! Ninguém foi destinado à perdição e à condenação. O Bom Pastor, que é Jesus, quer tomar sobre os ombros as ovelhas, com especial atenção àquelas que porventura se desgarrarem do rebanho. O olhar de ternura com que envolve a todos é referência para cada um de nós, a fim de que sejam inclusivas nossas palavras e atitudes.

Mas não contradiz a visão igualitária da criação do ser humano afirmar, como queremos fazer no final de semana em que se celebra o dia das mães, que o Pai do Céu caprichou com imenso carinho ao criar a mulher. Jocosamente, alguém já disse que desejou aperfeiçoar a sua obra, depois de ter criado o varão! Beleza, ternura, fortaleza, perseverança. Tantas mulheres são escolas vivas do Evangelho, livros abertos para que as lições do modo divino de viver se espalhe no mundo.

Assista: Mãe, amor eterno!


Há algumas características no ser feminino que vêm em relevo e é tempo de manifestá-las. “Chegou a hora em que a vocação da mulher se realiza em plenitude, a hora em que a mulher adquire no mundo uma influência, um alcance, um poder jamais alcançados até agora. Por isso, no momento em que a humanidade conhece uma mudança tão profunda, as mulheres iluminadas do espírito do Evangelho tanto podem ajudar para que a humanidade não decaia” (Cf. Mensagem final do Concílio Vaticano II).

João Paulo II, na Carta Apostólica Mulieris dignitatem, diz magistralmente: “Contemplando esta Mãe (Maria), cujo coração foi traspassado por uma espada (cf. Lc 2, 35), o pensamento se volta a todas as mulheres que sofrem no mundo, que sofrem no sentido tanto físico como moral. Neste sofrimento, uma parte é devida à sensibilidade própria da mulher; mesmo que ela, com frequência, saiba resistir ao sofrimento mais do que o homem. É difícil enumerar estes sofrimentos, é difícil nomeá-los todos: podem ser recordados o desvelo maternal pelos filhos, especialmente quando estão doentes ou andam por maus caminhos, a morte das pessoas mais queridas, a solidão das mães esquecidas pelos filhos adultos ou a das viúvas, os sofrimentos das mulheres que lutam sozinhas pela sobrevivência e os das mulheres que sofreram uma injustiça ou são exploradas. Existem, enfim, os sofrimentos das consciências por causa do pecado, que atingiu a dignidade humana ou materna da mulher, as feridas das consciências que não cicatrizam facilmente. Também com estes sofrimentos é preciso pôr-se aos pés da Cruz de Cristo” (Mulieris Dignitatem 19).

À capacidade para enfrentar os sofrimentos acrescenta-se uma genuína vocação ao amor. É ainda a João Paulo II que recorremos: “A dignidade da mulher está intimamente ligada com o amor que ela recebe pelo próprio fato da sua feminilidade e também com o amor que ela, por sua vez, doa. Confirma-se assim a verdade sobre a pessoa e sobre o amor. Acerca da verdade da pessoa, deve-se uma vez mais recorrer ao Concílio Vaticano II: ‘O homem, a única criatura na terra que Deus quis por si mesma, não pode se encontrar plenamente senão por um dom sincero de si mesmo’. Isto se refere a todo homem, como pessoa criada à imagem de Deus, quer homem quer mulher. A afirmação de natureza ontológica aqui contida indica também a dimensão ética da vocação da pessoa. A mulher não pode se encontrar a si mesma senão doando amor aos outros” (Mulieris Dignitatem 30).

A estes dons se acrescente a maternidade, com toda a intimidade e sadia cumplicidade vital entre a mãe e os filhos que geram. É maravilhoso ouvir as experiências de mães bem conscientes de que na gravidez não acompanham uma parte de seu corpo, mas outra vida, com igual dignidade, prontas a oferecer à família, à Igreja e ao mundo a criatura que nela se desenvolve, dando tudo de si para alimentar, acalentar e levar à luz um homem ou uma mulher.
Mês de Maio, mês das Mães, Mês de Maria. Se as mulheres são hoje postas em relevo, não se pode esquecer a Mãe das Mães, Maria, bendita entre todas as mulheres da terra. Para ela se voltaram todas as bênçãos de Deus, quando foi escolhida para ser a Mãe do Redentor. Sabedora de sua humildade, sua alma exultou de alegria e, desde o Magnificat primeiro, não cessa de proclamar no Céu e, através da voz da Igreja, aqui na terra, as obras de amor realizadas por Deus.

O mistério da maternidade mariana se mostra também, de forma impressionante, na devoção do povo de Deus a Nossa Senhora, em seu título de Fátima, celebrado neste ano de 2013 no dia dedicado às mães, segundo domingo de maio. A solicitude do Eterno Pai permitiu que a mãe de seu Filho amado fosse chamada com tantos e belos títulos, nos quais se expressam sentimentos humanos, lugares de Devoção e, mais ainda, títulos a ela atribuídos pela participação no mistério de Cristo descrito nos Evangelhos. Da Maria de Nazaré, passando por Belém, por Caná ou o Cenáculo, Maria da Ressurreição e do Pentecostes, Maria Mãe da Igreja, a ela recorremos, pedindo que sejamos todos dignos das promessas de Cristo. A ela recorremos, confiando confiantes nossas mães àquela que é Mãe de Cristo. Podemos dizer com o mês de Maio: Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós! Nossa Senhora da Visitação, rogai por nós!


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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA
Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.

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