domingo, 21 de novembro de 2010

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Domingo, 21 de novembro de 2010, 13h02

Alegria plena é estar em Cristo na "obediência da cruz", diz Papa

Leonardo Meira
Da Redação

Montagem sobre fotos / AP
Santa Missa foi presidida pelo Papa e concelebrada com os 24 novos cardeais: ''o lugar autêntico do Vigário de Cristo é a Cruz'', afirmou Bento XVI
"Eis qual é a nossa alegria: aquela de participar, na Igreja, na plenitude de Cristo através da obediência da Cruz, de 'participar da herança dos santos na luz', de sermos 'introduzidos' no reino do Filho de Deus", afirmou o Papa durante a homilia da Santa Missa concelebrada com os 24 novos cardeais criados no Consistório Ordinário Público deste sábado, 20.


A Liturgia da Solenidade de Cristo Rei do Universo aconteceu na Basílica Vaticana, às 9h30 (em Roma - 6h30 no horário de Brasília). Durante a celebração, o Pontífice entregou a cada um dos novos purpurados o anel cardinalício, "selo do pacto nupcial com a Igreja, de dignidade, solicitude pastoral e da mais firme comunhão com a Sé de Pedro", precisa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.


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O Santo Padre aproveitou a ocasião para centrar suas reflexões "sobre o mistério do Bispo de Roma e sobre aquele, a esse ligado, dos Cardeais, à luz da singular Realeza de Jesus, nosso Senhor", conforme explicou.

Bento XVI lembrou que, da mesma forma que no último Consistório, de 2007, também o desse ano caiu na data em que a Liturgia propõe leituras bíblicas centradas no mistério da Cruz.

Nesse contexto, o Bispo de Roma definiu a fé como o primeiro serviço do Sucessor de Pedro, uma fé que sabe reconhecer a divindade de Jesus em meio ao despojamento da Cruz. Sobre o Evangelho lido na Missa (Lc 23, 35-43), o Papa disse:

"O bom ladrão crê naquilo que está escrito na tábua sobre a testa de Jesus: 'O rei dos Judeus': crê, e se entrega. Por isto está já, subitamente, no 'hoje' de Deus, no paraíso, porque paraíso é isto: estar com Jesus, estar com Deus. Aqui então, queridos Irmãos, emerge claramente a primeira e fundamental mensagem que a Palavra de Deus hoje diz a nós: a mim, Sucessor de Pedro, e a vós, Cardeais. Chama-nos a estar com Jesus, como Maria, e a não lhe pedir que desça da cruz, mas estar ali com Ele".

Logo depois, o Papa explicou que a participação no senhorio de Jesus somente pode ser autêntica se houver participação na sua base, que é a Cruz.

"Nesse sentido, o lugar autêntico do Vigário de Cristo é a Cruz, persistir na obediência da Cruz.É difícil esse ministério, porque não se alinha com o modo de pensar dos homens – àquela lógica natural que permanece sempre ativa também em nós mesmos".

Por fim, o Sumo Pontífice disse que a eficácia da missão do Papa e dos Cardeais à Igreja depende da "fidelidade à realeza divina do Amor crucificado", do esforço em viver a lógica da humildade e do serviço.

"O primado de Pedro e dos seus Sucessores está totalmente ao serviço desse primado de Jesus Cristo, único Senhor", concluiu.

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Domingo, 21 de novembro de 2010, 11h50

Do "trono da Cruz", Cristo acolhe todo ser humano, diz Papa

Leonardo Meira
Da Redação, com Rádio Vaticano

Arquivo / AP
Bento XVI abençoa os cerca de 60 mil fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, para a oração mariana do Angelus
Antes de recitar a tradicional oração mariana do Angelus neste domingo, 21, Bento XVI propôs o quadro apresentado pelo evangelista Lucas como sinal da realeza de Jesus no momento da crucificação.

"De fato, enquanto o Senhor parece confundir-se entre dois malfeitores, um desses, consciente dos próprios pecados, abre-se à verdade, chega à fé e reza 'ao rei dos Judeus': 'Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino' (Lc 23,42). [...] E o assim chamado 'bom ladrão' recebe imediatamente o perdão e alegria de entrar no Reino dos Céus. 'Em verdade te digo: ainda hoje estarás comigo no paraíso' (Lc 23,43). Com essas palavras, Jesus, do trono da cruz, acolhe a todo o homem com infinita misericórdia".
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.: Oração do Angelus na voz de Bento XVI


O encontro com os cerca de 60 mil peregrinos aconteceu a partir da janela de seu escritório particular no Palácio Apostólico Vaticano, momentos após a conclusão da Liturgia de Cristo Rei do Universo, concelebrada, na Basílica Vaticana, com os 24 novos cardeais criados no Consistório Ordinário Público deste sábado, 20.

O Papa recordou que a celebração foi instituída por Pio XI em 1925 e que, após o Concílio Vaticano II, foi colocada na conclusão do ano litúrgico.

O Pontífice salientou que o caminho do amor que o Senhor revela e convida a percorrer pode ser contemplado também na arte cristã, especialmente através da imagem bastante difundida do Senhor que retorna como Rei, a imagem da esperança, e aquela do Juízo final como imagem da responsabilidade pela nossa vida: esperança no amor infinito de Deus e empenho de ordenar a nossa vida segundo o amor de Deus.

"Quando contemplamos as representações de Jesus inspiradas no Novo Testamento – observou Bento XVI, citando os antigos edifícios cristãos nos quais duas paredes opostas eram dedicadas respectivamente a Cristo Rei e ao Juízo Universal - somos levados a compreender a sublimidade da humilhação do Verbo de Deus e a recordar a sua vida na carne, a sua paixão e morte salvífica, e a redenção que dali derivou para o mundo. Sim, disso precisamos, precisamente para nos tornarmos capazes de reconhecer o coração transpassado do Crucificado , o mistério de Deus".

O Santo Padre lembrou a jornada de oração pelos mosteiros de clausura, renovando o convite a "apoiar concretamente estas comunidades", bem como o dia de oração pelos cristãos do Iraque e a favor da liberdade religiosa, promovido pelos bispos italianos. "Estou próximo das populações iraquianas pelo elevado testemunho de fé que prestam a Deus", expressou.

O Papa também assinalou a jornada das vítimas da estrada e deixou um apelo em favor da "prevenção, que está a dar bons resultados, recordando sempre que a prudência e o respeito pelas normas são a primeira forma de tutela de si e dos outros".

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